
Os nome de mais de 12 mil crianças palestinas e 16 menores de idade israelenses assassinados na guerra entre Israel e Hamas foram lidos durante uma cerimônia em memória das vítimas de um dos piores massacres na Itália durante a Segunda Guerra Mundial.
A iniciativa foi encabeçada pelo cardeal Matteo Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI) e que esteve entre os cotados para a sucessão do papa Francisco, e ocorreu em Marzabotto, vilarejo ao sul de Bolonha onde centenas de civis foram mortos pelo grupo paramilitar nazista Waffen-SS em 1944.
Segundo Zuppi, a leitura serviu para “recordar e manifestar atenção” a respeito das vítimas da guerra em Gaza, em um “lugar de sofrimento”, e seguiu por “muitas horas, como uma oração insistente para que se possa escolher o caminho do cessar-fogo e da paz”. “Não são números, são pessoas”, declarou o cardeal.
A homenagem começou com a leitura dos nomes e idades das crianças israelenses assassinadas nos atentados terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023 e prosseguiu com 12.211 menores mortos nos ataques israelenses na Faixa de Gaza até 15 de julho. A lista tem 469 páginas.
A cerimônia aconteceu nas ruínas de uma igreja queimada pelos nazistas em 1944. Entre setembro e outubro daquele ano, uma divisão da Waffen-SS assassinou pelo menos 800 civis, entre eles mais de 200 crianças e adolescentes, em vilarejos na zona do maciço de Monte Sole, incluindo Marzabotto, como represália pelo apoio dos moradores à Resistência italiana.
Algumas fontes falam em mais de 1,8 mil mortos no Massacre de Monte Sole, número não confirmado oficialmente.