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Cinco milhões de italianos vivem em área de risco de deslizamentos e enchentes

Mais de cinco milhões de italianos estão expostos diariamente ao risco de deslizamentos e enchentes. O risco hidrogeológico diz respeito a 6.633 municípios (82%) que têm áreas sensíveis. Este é o quadro sobre o estado da "fragilidade'' da terra apresentado hoje em Roma durante a conferência nacional sobre o risco hidrogeológico.

A superfície crítica se estende por mais de 29.500 quilômetros quadrados (9,8% do território). Entre as regiões mais expostas, citam-se Calábria, Úmbria, Valle d'Aosta, Ligúria e Toscana.

A ITÁLIA DESTRÓI O SOLO EM UM RITMO DE 8 M²/S:

De acordo com o Ispra, já se perderam 21 mil km² em 2010. A liderança está nas mãos de Lombardia, Veneto e Lazio 

A Itália perde solo a uma velocidade de 8 metros quadrados por segundo. O ritmo dos últimos cinco anos é ainda mais rápido do que os 50 passados, quando desapareciam 7 metros quadrados de solo. O pico aconteceu na década de 90, com 10 m²/s. Estes são alguns resultados do estudo do Instituto Superior para a Proteção e Pesquisa Ambiental (Ispra, da sigla em italiano), apresentado em Roma, que reconstrói a evolução do uso da terra na Itália de 1956 a 2010.

A Itália, explica o Ispra, passou de um consumo de terra de pouco mais de 8 mil km² em 1956, para mais de 20.500 km² em 2010, e enquanto em 1956 eram "perdidos irreversivelmente 170 m² para cada italiano, em 2010 o valor dobrou, superando os 340 m²".

No ranking das regiões 'devoradoras' de solo, o primeiro lugar cabe à Lombardia (mais de 10%), seguida por Veneto, Lazio e Emilia-Romagna; mas até 14 regiões da Itália superam o limite de 5% de consumo do solo. Para o presidente do Ispra, Bernardo De Bernadinis, seria preciso encontrar "um equilíbrio entre o uso da terra, o desenvolvimento das cidades e a relação entre o campo e a área urbana". Já o subsecretário das Políticas Agrícolas, Franco Braga, defende a necessidade de "redesenhar o quadro da gestão da terra: um problema que a Itália não pode mais adiar". Em 1956 a Itália já estava acima da média europeia atual: há mais de 50 anos, a península tinha "comido" 2,8% do seu território, e enquanto a média europeia atual é de 2,3%, Itália cresce até um consumo em 2010 igual a 6,9%.

Traduzido em termos de superfície significa que a cada cinco meses é cimentada uma área igual à de Nápoles, e a cada ano uma equivalente a Milão e Florença.

"O uso da terra é uma prioridade para o país", disse Ermete Realacci, responsável pela green economy do Partido Democrata, aolembrar que o aumento das áreas concretadas, gera o aumento do risco hidrogeológico e de sua fragilidade, além do país perder belezas naturais extraordinárias.

Legambiente pede um "compromisso" aos candidatos às eleições (de 24 e 25 de fevereiro) para que o novo Parlamento aprove o projeto de lei para salvar o solo. De acordo com dados da Comissão Europeia, "em 2006, cada cidadão da UE consumiu 390 m² de terra, equivalentes a 15m² a mais do que em 1990".

O problema levantado pela Europa se refere aos efeitos associados à perda de solo sobre o ciclo hidrológico e aos indiretos sobre o microclima, resultando em um aumento dos riscos de inundações.

Entre os exemplos, o rio Reno, um dos maiores da Europa, que perdeu quatro quintos de suas várzeas naturais; e Londres, onde em apenas 10 anos 12% dos seus jardins foram substituídos por 2.600 hectares de estradas.

Um problema da expansão urbana e do excesso de áreas cimentadas se refere à segurança e ao abastecimento de alimentos: "Entre 1990 e 2006, 19 Estados-membros perderam uma capacidade de produção agrícola total de 6,1 milhões de toneladas de trigo (1% do seu potencial agrícola).

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