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Comitê vota para manter imunidade de eurodeputada italiana

O Comitê de Assuntos Jurídicos do Parlamento Europeu (Juri) rejeitou um pedido da Hungria para retirar a imunidade parlamentar da eurodeputada e ativista antifascista italiana Ilaria Salis, acusada de participar de um ataque contra manifestantes de extrema direita em Budapeste, em fevereiro de 2023.

Salis ficou mais de um ano presa na Hungria, mas foi libertada após ter sido eleita para o Europarlamento em junho de 2024, pela coalizão Aliança Verdes e Esquerda (AVS).

O Comitê do Juri decidiu defender minha imunidade e a independência do Parlamento e rejeitar o pedido de revogação feito pelo regime húngaro. É um sinal importante e positivo”, declarou a italiana.

A decisão final, no entanto, caberá ao plenário do Legislativo da UE, que se reunirá em outubro. “Tenho plena confiança de que o Parlamento confirmará essa escolha, reafirmando a centralidade do Estado de Direito e das garantias democráticas”, acrescentou Salis.

A votação no Juri, contudo, foi apertada: 13 eurodeputados se posicionaram contra a revogação da imunidade, e 12, a favor.

As condições de prisão supostamente desumanas às quais Salis foi submetida durante 16 meses na Hungria provocaram protestos na Itália. Ela chegou a ser levada ao tribunal acorrentada, com os tornozelos e pulsos algemados, um procedimento que Budapeste afirma ser padrão, mas que causou choque e indignação generalizados entre os italianos.

Professora de formação, Salis arrisca ser condenada a mais de 20 anos de reclusão por supostamente ter atacado militantes neonazistas com um cassetete durante uma manifestação na Hungria, país governado há 15 anos pelo premiê de extrema direita Viktor Orbán.

“É incompreensível e escandaloso que o Europarlamento legitime o terrorismo de extrema esquerda. Salis e seus parceiros foram para a Hungria com o objetivo premeditado de espancar pessoas nas ruas por convicção política”, disse o porta-voz do governo húngaro, Zoltán Kovács.

Além de Salis, o Juri recomendou a manutenção da imunidade parlamentar do líder opositor e também eurodeputado Péter Magyar, acusado de roubar o celular de um homem que o filmava em uma casa noturna. Seu partido, o Tisza (Respeito e Liberdade), lidera as pesquisas para as eleições legislativas de 2026, que podem marcar o fim da era Orbán.

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