
A cidade de Castelnuovo del Garda, no norte da Itália, foi palco do funeral da brasileira Jéssica Stappazzollo, assassinada pelo namorado Douglas Reis Pedroso no fim de outubro, em um crime que reacendeu o debate no país europeu sobre a proteção para mulheres em situação de risco.
Na presença dos pais e dos irmãos da vítima, a cerimônia religiosa foi celebrada na Igreja de Santa Maria pelo pároco dom Luca Rosi e pelo vigário da Diocese de Verona, dom Osvaldo Checchini, sem a participação de fotógrafos nem de câmeras de televisão.
“É a última saudação para Jéssica, e nos unimos à imensa dor dos familiares. A comunidade de Castelnuovo é acolhedora, e hoje estamos aqui em luto municipal para demonstrar nossa solidariedade”, disse o prefeito do município de 13 mil habitantes, Davide Sandrini.
“Às vezes, infelizmente, acontecem eventos imponderáveis, mas o empenho das instituições é máximo, e continuaremos trabalhando para que essa praga seja debelada”, acrescentou, em referência à violência de gênero.
Já dom Osvaldo se reuniu de forma privada com os familiares de Jéssica e ouviu que ela era uma “filha belíssima”. “O pai veio do Brasil, e nos abraçamos entre lágrimas”, afirmou o vigário.
O crime ocorreu no fim de outubro, quando a mulher de 33 anos foi morta com 27 facadas desferidas pelo também brasileiro Pedroso, 41, que já havia sido submetido a medidas cautelares devido ao histórico de violência doméstica, incluindo a proibição de se aproximar da companheira e uso de tornozeleira eletrônica.
O homem foi preso e confessou o crime, contando que arrancou o dispositivo de monitoramento — que ainda não foi encontrado — na noite do assassinato. Ele agora pode pegar até prisão perpétua, pena máxima para o delito de feminicídio tipificado recentemente pelo Parlamento da Itália.
“A família está destruída, e os investigadores estão terminando agora todas as verificações previstas”, declarou a advogada dos parentes da brasileira, Elisabetta Carattoni.
Jéssica deixa dois filhos— um menino e uma menina — de relações anteriores e que não moravam com ela.



