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Defesa de Berlusconi pede adiamento de audiência

A defesa do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, solicitou o adiamento da audiência preliminar na qual o premier compareceria para responder às acusações de crimes de concussão e prostituição de menores. 

O argumento é de que é preciso mais tempo para ler toda a documentação do processo, após a conclusão do inquérito apresentada nesta semana. "Pedimos o reenvio da audiência de 6 de abril porque [a acusação] registrou 20 mil páginas dos novos autos que devemos ler", afirmou Piero Longo, que defende o premier ao lado de Niccolò Ghedini. 

Longo disse ter feito o pedido tanto à presidente do Tribunal de Milão, Lívia Pomodoro, como para o presidente da quarta sessão do tribunal penal que deverá julgar o chefe de Governo. 

O advogado especificou que o pedido foi apresentado com base no artigo 465 do código penal, que estabelece que quando "o presidente do Tribunal ou o Tribunal do Juri recebe o decreto que dispõe o julgamento, pode, por decreto, por motivo justificado, antecipar a audiência ou adiá-la só uma vez". 

O primeiro-ministro italiano é acusado de ter mantido, em 2010, relações sexuais sob pagamento com a jovem marroquina Karima El-Mahroug, conhecida como Ruby, que segundo sua documentação era menor de idade no ano passado. 

Os encontros teriam acontecido na mansão de Berlusconi em Arcore por 13 vezes, entre 14 de fevereiro e 2 de maio de 2010. Segundo a Promotoria de Milão, outras 32 mulheres, estas todas maiores de idade, teriam sido induzidas pela conselheira regional do partido governista Povo da Liberdade (PDL) Nicole Minetti a participarem de festas na casa do premier. 

Berlusconi negou ontem as acusações em entrevista à imprensa italiana, afirmando que comparecerá a todas as audiências judiciais e programas de televisão para se defender. 

A Promotoria de Milão também acusa o chefe de Governo italiano de ter ligado ao centro de detenção em que Ruby estava presa por roubo, pedindo que ela fosse solta por supostamente ser sobrinha do ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak. Seguno a acusação, ele teria solicitado que Ruby fosse entregue a Minetti. 

No entanto, Berlusconi afirmou ontem que teria conversado com o ex-chefe de Governo egípcio sobre a jovem marroquina "uma semana antes" de telefonar à prisão e que, no caso, não teve intenção de exercer pressão pela libertação da garota. (ANSA)

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