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História de vítima de Cesare Battisti vira filme na Itália

A história do joalheiro Pierluigi Torregiani, morto pelo ex-terrorista Cesare Battisti em 16 de fevereiro de 1979 em nome dos Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), virou filme na Itália e terá sua sessão de estreia em 24 de janeiro.

A obra, classificada como “altamente política” pelo diretor Fabio Resinaro, terá como nome “Ero in guerra ma non lo sapevo” (“Eu estava em guerra, mas não sabia”, em tradução livre) e é baseada no livro homônimo escrito por Alberto Dabrazzi Torregiani (que ficou paraplégico por conta as feridas sofridas no dia do assassinato do pai) e Stefano Rabozzi.

Torregiani, dono de uma joalheria de Milão, foi morto porque foi considerado “culpado” pelos membros do PAC por ter se defendido durante um assalto a uma pizzaria em que um dos criminosos foi morto.

Ele e seu acompanhante durante o jantar estavam armados e iniciaram o tiroteio que, além de matar Orazio Daidone, matou um comerciante cliente do local. A família sempre alegou que não foram os tiros dados pelo italiano que mataram o bandido.

O joalheiro será interpretado por Francesco Montanari, que mostra um homem muito determinado, quase “maníaco”, tornado um “justiceiro” pelos jornais da época e que precisou de escolta policial. Ao lado dele, uma “mulher confiável e os três filhos adotados”.

Em um certo momento, com toda a repercussão do fato da pizzaria, as ameaças de morte contra Torregiani aumentaram e ele se tornou um “objetivo perfeito” do PAC, que definia quem deveria viver ou morrer se alguém atravessasse o caminho deles naqueles anos de chumbo na Itália.

“Meu Torregiani é um homem antipático? Ele é, apesar de tudo, porque se vê obrigado a viver em uma dinâmica mais forte do que ele e que não aguenta mais. Assim, ele se rebela e não aceita fazer de conta de que nada está acontecendo. É fundamentalmente um homem pragmático que não quer apoiar algo do qual não é culpado”, disse Montanari sobre seu personagem.

Já Alberto lembra que a recente extradição e prisão de Battisti na Itália, após cerca de 40 anos de fuga, “não fecha completamente a história do meu pai, mas dá, certamente, mais valor às batalhas que tivemos”.

“E o filme mostra também como o linchamento midiático foi o verdadeiro motor daquele homicídio”, conclui.

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