
A Itália não está entre os países mais vulneráveis à crise econômica mundial, segundo anunciou a agência de classificação financeira Moody"s.
A entidade explicou que isso se deve ao fato do país não ter ficado "na linha de frente" do colapso econômico, porque possui um "sistema bancário menos exposto" e disponibilizou "menos recursos públicos aos setores" afetados. A Moody"s ainda garantiu que a Itália "goza de um 'outlook' estável para 2010".
Os apontamentos foram feitos nesta manhã, em Milão, durante a apresentação do relatório intitulado "O desafio italiano: contenção da dívida com baixo crescimento".
De acordo com o documento, para Roma, "a crise financeira se transformou em crise de débito público".
No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) da Itália apresentou queda de 5,1%, a maior contração registrada desde 1971. Em 2008, ano em a crise que começou, a contração foi de 1%.
Na última quarta-feira, a Comissão Europeia, por meio de um comunicado, informou que a recuperação econômica na Itália está se consolidando, ainda que o déficit e a dívida aumentaram em relação às previsões do governo.
A nota indicou que o PIB do país deve aumentar em 0,8% em 2010, e em 1,4% no próximo ano, diante do 1,1% e do 2% previstos, respectivamente, por Roma.
Segundo as previsões da Comissão Europeia, o déficit será de 5,3% em 2010 e de 5% em 2011, número maior que os 5% e 3,9% anunciados pela Itália anteriormente.
Também hoje, o analista da Moody"s Alexander Kocker Beck rebateu a declaração do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, que afirmou ontem que as agências de rating não são de muita credibilidade.
Segundo Beck, a Moody"s tenta "evitar mal entendidos" em suas análise, inclusive em "momentos de grande nervosismo nos mercados, já que qualquer comunicação termina no centro das atenções".