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Cineasta italiano Ettore Scola anuncia sua despedida do cinema após mais de 40 anos de atividades

Ettore ScolaO cineasta italiano Ettore Scola anunciou que está se despedindo do cinema, após mais de 40 anos de atividade e 30 filmes produzidos, em entrevista a uma revista italiana. "É o momento de parar, sem arrependimentos", disse para a revista Il Tempo após a projeção de seu curta-metragem "1943-1997" (1997) na festa Democrática Nacional de Pesaro. O filme trata das detenções nazistas no gueto de Roma em 1943. O cineasta disse que não quer fazer "como aquelas velhas senhoras que colocam saltos altos e batom para estar com os jovens" e que, por isso, decidiu se aposentar. Scola contou que planejava rodar um filme com o ator francês Gerard Depardieu e quando estava quase tudo pronto, desistiu. "Tudo começou de uma forma casual e foi uma decisão natural", revelou. O italiano, que dirigiu os premiados "Feios, sujos e malvados" (1976), "Nós que nos amávamos tanto" (1974), "O Baile" (1983), "Concorrência desleal" (2001), criticou o atual mundo da produção cinematográfica.

"Há lógicas de produção e distribuição que já não me dizem respeito. Para mim é fundamental ter liberdade de escolher e desistir. Comecei a me sentir obrigado a respeitar objetivos e isso tirou minha liberdade", relatou. 

"Hoje só o mercado faz as escolhas. Antes havia mais espaço de autonomia e  exceções. Os produtores também estavam prontos para se arriscar a experimentar. Claramente a crise econômica que estamos vivendo piorou as coisas", observou Scola. 

Questionado se hoje "nada se salva" do cinema atual, ele respondeu que "há jovens eficientes que continuam a dar dignidade ao cinema e me mostram que talvez seja preciso energia e contatos que eu não tenho". 

O italiano acrescentou ainda que, dada a sua idade, "faço o que devo fazer. Não tenho do que me queixar, sempre trabalhei com grande liberdade". 

Ex-militante do Partido Comunista Italiano (PCI), Scola iniciou sua carreira como diretor em 1964 e boa parte de sua obra trata da temática social e política. CAMPANHA NACIONAL CONTRA O ABORTO: Eros Ramazzotti, Irene Grandi, Matia Bazar, Fabio Botto Farhan, Padre Juarez de Castro, Beatrice Ludovico e Beatriz de Toledo Segall.

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