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Italianos gastaram 1 bilhão de euros para o tradicional “Cenone di Natale”, segundo a Coldiretti

Os italianos gastaram neste ano de 2010 pelo menos € 1 bilhão para o "cenone", a tradicional ceia de Natal, cujos principais protagonistas são peixes e frutos do mar, cujo consumo atingiu os níveis máximos do ano.

Quem informa é a ImpresaPesca, setor de pesca da Coldiretti (a associação que reúne mais de um milhão de produtores agrícolas), que quer reverter a tendência de consumir cada vez mais pescado "estrangeiro".

A tradição italiana manda que a ceia que antecede o dia de Natal deve ser à base de peixes, porque a Igreja Católica tornou a véspera um dia de jejum e abstinência de carne.

Antigamente era costume servir 13 pratos, o que alguns autores atribuem à representação da refeição de Jesus com seus 12 apóstolos.

Em defesa de muitos dos seus parceiros e com o pretexto de ajudar os bolsos dos consumidores, ImpresaPesca recomenda o uso de produtos italianos para o cenone deste ano.

De acordo com as estimativas da associação, um menu acessível e totalmente italiano à base de peixes pode chegar a € 26.

O menu sugerido é: como antepasto, anchovas marinadas (€ 6), mexilhões à la tarantina (com tomate, € 3), espaguete com mariscos (€ 9) e caldo de peixe (€ 8), com tainha, caranguejo, camarões, lulas e galinha do mar.

No extremo oposto, a Coldiretti calcula que um menu com pescado e frutos do mar "estrangeiros" pode custar até € 470, no caso de degustar uma entrada de caviar russo, seguida por caranguejos chineses, salmão norueguês e lagosta australiana.

Isso significa que do "made in Italy" ao estrangeiro há um aumento de 6 mil por cento.

Além disso, revela ImprePesca Coldiretti, optar pelo peixe italiano significa apoiar um setor que em dois anos perdeu 12% de sua produção e 11% das receitas.

A causa desta perda são as importações de produtos estrangeiros que, nos primeiros nove meses de 2010, cresceram 6% em valor, com 42% do total representado pelo caranguejo e 16% pelo salmão. 

No topo da tabela da produção italiana, graças aos 13.300 barcos, segundo a associação, estão as anchovas (54.312 toneladas), seguidas por mariscos e sardinhas.

Muito diferente é a classificação por volume faturado, onde em primeiro lugar está a pescada (90,5 milhões), à frente de amêijoas e lulas.

Três a cada quatro pratos de peixes consumidos na Itália são estrangeiros, sobretudo os servidos em restaurantes, mas ninguém sabe disso. A Impresapesca Coldiretti luta para que os menus incluam a origem dos produtos.

Neste sentido, a Coldiretti salienta que, por exemplo, os produtores italianos devem explicitar a origem de seus produtos. O pescado fresco italiano deve vir acompanhado por uma etiqueta com o nome comercial da espécie, o método de produção e se o peixe é de captura ou criação.

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