
Um grupo de 34 embaixadores aposentados da Itália divulgou uma carta pública na qual pedem para a primeira-ministra Giorgia Meloni seguir o exemplo da França e reconhecer o Estado da Palestina.
O apelo chega após a premiê italiana ter definido a iniciativa do presidente francês, Emmanuel Macron, que será formalizada na próxima Assembleia-Geral da ONU, em setembro, como “contraproducente”.
“A ação a ser tomada com urgência, de altíssimo significado político e muito mais que meramente simbólica, é o imediato reconhecimento nacional do Estado da Palestina”, diz a carta, que também cobra a suspensão de “todas as relações e cooperações” com Israel nos setores militar e de defesa.
“Há momentos na história em que ambiguidades e posicionamentos intermediários não são mais possíveis.
E esse momento chegou para Gaza”, acrescentam os embaixadores aposentados, denunciando as “flagrantes violações dos direitos humanos e da dignidade das pessoas”.
Além disso, os diplomatas acusam Israel de praticar “crimes contra a humanidade e de guerra” no enclave palestino. “As inaceitáveis restrições para o acesso humanitário em Gaza e a redução a níveis mínimos das atividades de organizações internacionais estão provocando milhares de novas vítimas inocentes”, ressalta o documento.
Em entrevista neste fim de semana ao jornal la Repubblica, Meloni disse que o reconhecimento da Palestina, “sem que exista um Estado palestino”, pode ser “até contraproducente para esse objetivo”. “Se algo que não existe é reconhecido no papel, o problema arrisca parecer resolvido, quando não está”, declarou a premiê, ao ser questionada sobre a iniciativa de Macron.