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Empresa gasta 300 milhões de euros em resgate do navio Costa Concordia, na Itália

A eliminação do Costa Concordia, que foi a pique na costa da Toscana em janeiro de 2012, será a operação de resgate mais espetacular na história da navegação. A pressão sobre a equipe é enorme: se qualquer coisa der errado, a operadora do navio terá outro desastre em suas mãos.

As palmeiras estão murchas em vasos pendurados nas grades enferrujadas. As cadeiras estão jogadas pelo deque e ainda se pode reconhecer as mesas de banquete devastadas sob o telhado de vidro. De perto, em um dos botes infláveis da guarda costeira, o navio cruzeiro Costa Concordia parece uma cidade que foi evacuada às pressas.

O relógio sobre a piscina infantil parou às 23h30 no dia 14 de janeiro, na noite em que o navio encalhou. Àquela hora, o capitão Francesco Schettino já tinha abandonado o navio, mas os passageiros e os tripulantes ainda estavam lutando por suas vidas.

Nicholas Sloane, 51, sul-africano de cabelos ruivos, sardas e mãos que parecem patas de urso, está guiando o bote de borracha em torno do acidente. Diante dele está o enorme buraco no casco gigantesco, onde parte da pedra que causou o acidente ainda estava presa até recentemente. Acima, há trabalhadores pendurados em uma gaiola de aço suspensa de um braço de um guindaste flutuante. Ele grita uma brincadeira para os soldadores que estão pendurados contra a parede da proa como montanhistas.

Sloane é o mestre do resgate do Costa Concordia. Ele estudou ciências náuticas. Com seu título, ele poderia comandar um cruzeiro de luxo como o Queen Mary 2 ou um superpetroleiro, mas esse tipo de carreira nunca o interessou. Sloane não capitaneia navios -ele se livra deles. Nas últimas três décadas, ele vem trabalhando como homem de limpeza dos oceanos do mundo, içando petroleiros afundados e cortando navios debaixo d'água. Mas seu papel na ilha de Giglio é desemborcar o navio para que possa ser puxado para um porto no continente –na melhor condição possível e ainda inteiro.

Depois, as equipes de televisão produzirão novas imagens -para superar as antigas que ficaram marcadas em nossas mentes: imagens das pessoas desesperadas descendo pelas cordas na lateral do navio para alcançarem os botes salva-vidas. Trinta e duas pessoas morreram naquela noite.

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