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Entrevista do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi agita cenário político da Itália

A notícia de que o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, não vai tentar se reeleger em 2013 movimentou o cenário político do país. Em uma entrevista ao jornal La Repubblica, o premier afirmou que seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), vai apresentar como candidato a chefe de Governo o atual ministro da Justiça, Angelino Alfano, e o secretário de Conselho de Ministros, Gianni Letta, à Presidência.

"A decisão anunciada hoje por Berlusconi é uma prova da profunda humanidade e inteligência de sua política", disse o coordenador do PDL, Sandro Bondi.

"Acredito, todavia, que o sucesso desta nova fase e a possibilidade de completar a evolução do sistema político italiano a uma democracia normal depende ainda do seu papel de líder político e estadista", defendeu Bondi, referindo-se a Berlusconi.

Já o vice-secretário do opositor Partido Democrático (PD), Enrico Letta, afirmou que "a entrevista do presidente do Conselho é a enésima demonstração" de que a era Berlusconi "acabou" e "somente ele ainda não se deu conta disso".

Para ele, "o país precisa de um novo premier que seja capaz de fazer as coisas. Ele não é mais capaz, e esta entrevista prova isso. A Itália tem uma série de problemas: a economia que não cresce, a pressão fiscal…".

A legenda Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), criada por Gianfranco Fini, ex-aliado do premier, vê o anúncio como uma oportunidade para o partido ganhar apoio do eleitorado.

O vice-presidente do FLI, Ítalo Bocchino, afirmou que, se Berlusconi não for mesmo candidato em 2013, "poderá emergir um novo quadro político que dará razão às questões apresentadas por Fini no PDL e no Futuro e Liberdade".

Mas, o presidente da região da Lombardia, Roberto Formigoni, destacou a necessidade do PDL realizar primárias para eleger os candidatos a primeiro-ministro e presidente.

"Alfano seria uma ótima solução como candidato a premier em 2013, mas nosso povo que irá escolher. Não há espaço para uma nomeação deste tipo", afirmou.

Em abril, Berlusconi já havia comentado que não se candidataria nas próximas eleições. O premier chegou até a cogitar o nome de Alfano, quem, por sua vez, disse que era "prematuro" discutir o tema.

No mês passado, Alfano também se tornou secretário nacional do PDL, após o partido sofrer significativas derrotas nas eleições municipais.

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