
O enviado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o Oriente Médio, Steve Witkoff, desembarcou na região da Sardenha, no sul da Itália, para avançar nas etapas preliminares das negociações de paz na Faixa de Gaza e para a libertação de reféns.
A expectativa é de que o norte-americano se reúna com o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, e o premiê do Catar, Mohammed bin Abdulrahaman al Thani, a bordo de um dos megaiates atracados na costa da cidade de Gallura, um destino de luxo frequentado pelos chamados VIPs, ainda hoje.
A informação foi divulgada em uma publicação no X pelo jornalista Barak Ravid, do portal de notícias americano Axios, que havia antecipado que a sede da reunião seria Roma.
A Casa Branca, por sua vez, apenas confirmou que Witkoff faria uma viagem “na Europa”.
Segundo relatos, um dos hotéis exclusivos da “Costa Esmeralda” teria sido alertado e pode ter reservado um dos quartos para Witkoff.
O enviado de Trump teria chegado na Itália em segredo, em um avião sem pintura oficial e com apenas medidas mínimas de segurança colocadas em prática pelas autoridades locais.
A viagem é feita após o Hamas confirmar que enviou sua resposta à proposta de Israel para um cessar-fogo de 60 dias em Gaza, com negociadores de ambos os lados mantendo conversas indiretas com mediadores no Catar.
“O Hamas acaba de apresentar aos mediadores sua resposta e a das facções palestinas à proposta de cessar-fogo”, declarou o movimento fundamentalista islâmico em um comunicado publicado no Telegram.
A resposta inclui propostas de emendas às cláusulas de entrada de ajuda humanitária, mapas das áreas das quais o Exército israelense deve se retirar e garantias quanto ao fim definitivo da guerra, de acordo com uma fonte palestina familiarizada com as negociações em andamento em Doha.
Os negociadores estão tentando chegar a um acordo sobre uma trégua que permitiria a libertação de 10 reféns israelenses em troca de um número não especificado de prisioneiros palestinos. Mas as conversas se arrastam há mais de duas semanas sem um avanço, com cada lado acusando o outro de se recusar a ceder em demandas importantes.
Para Israel, o desmantelamento das capacidades militares e de governança do Hamas é inegociável, enquanto o grupo exige garantias sólidas para uma trégua duradoura, uma retirada completa das tropas israelenses e o livre fluxo de ajuda humanitária para Gaza.
O porta-voz do governo israelense, David Mencer, acusou o Hamas de obstruir as negociações. “Israel aceitou a proposta do Catar e a proposta atualizada do enviado especial dos EUA, Steve Witkoff. É o Hamas que a rejeita”, declarou ele à imprensa, acrescentando que os negociadores israelenses ainda estavam em Doha e as discussões continuavam.