Após revelar ser gay e ser afastado de suas funções no Vaticano, o monsenhor Krzysztof Charamsa deixou a cidade de Roma e disse estar sereno com sua decisão.Vestindo roupa casual – não mais religiosa -, o padre viajou ao lado de seu companheiro, Eduard Planas, com destino a Barcelona. "Quando se deixa a Itália é sempre triste porque Roma é linda.
Enfrentaremos agora a realidade como se apresenta. Estou sereno porque tudo está nas mãos de Deus", afirmou o polonês enquanto aguardava o embarque.
Charamsa informou ainda que continuará "a viver minha vocação" como sacerdote para "ajudar cada cristão a saber realizar-se na sua fé". Segundo ele, viver escondendo sua situação é algo que não faz bem a ninguém e a nenhuma instituição.
"Agradeço a todos os meus colegas sacerdotes que sabem enfrentar o desafio da nossa identidade humana. E também de ter coragem de dar à Igreja um espaço para reflexão, diálogo e para um amadurecimento que é, certamente, necessário", disse ainda o padre.
Questionado se acreditava que o fato de ter assumido sua homossexualidade iria ter impacto no Sínodo da Família, que começou hoje e segue até o dia 25 no Vaticano, o teólogo disse que "a reflexão do Sínodo é muito importante e a palavra do Santo Padre para nós cristãos é fundamental e fonte de esperança".
O polônes revelou ser gay em uma entrevista publicada pelo jornal "Corriere della Sera" no último sábado (03). Naquele momento, ele contou que queria provocar um debate na Igreja sobre o fato de que "toda pessoa, incluindo gays, lésbicas e transexuais, leva no coração o desejo de amor e familiaridade".
Após a entrevista, o religioso foi afastado de suas funções na Congregação para a Doutrina da Fé, na Comissão Teológica Internacional, na Universidade Pontifícia Gregoriana e na Universidade Pontifícia Regina Apostolorum.
