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Escolas reabrem na Itália após seis meses fechadas

Cerca de 5,6 milhões de estudantes voltaram às aulas presenciais na Itália após mais de seis meses de escolas fechadas devido à pandemia do novo coronavírus.

Os colégios foram abertos em 12 das 20 regiões do país, além da província autônoma de Trento, marcando o início do ano letivo 2020/21. A decisão do governo de encerrar o último período com aulas a distância foi motivo de polêmica e ataques da oposição, que chegou a pedir a renúncia da ministra da Educação, Lucia Azzolina.

A retomada das aulas presenciais acontece com uma série de regras para evitar o recrudescimento da pandemia, em um momento em que a Itália enfrenta oito semanas seguidas de aumento nos novos casos de coronavírus e quatro de crescimento nos óbitos.

O governo distribuiu máscaras e álcool gel nos colégios e trocou as tradicionais carteiras para dois alunos por modelos individuais. Alunos com mais de seis anos de idade terão de usar proteção facial, assim como professores, e ônibus escolares terão de manter distância mínima de um metro entre os estudantes.

“Haverá dificuldades, problemas, sobretudo no começo”, reconheceu o primeiro-ministro Giuseppe Conte em uma transmissão ao vivo no Facebook.

“Será um ano complexo, sabemos disso, mas trabalhamos muito para construir uma estratégia de prevenção que funcionará se cada um fizer sua parte”, reforçou a ministra Azzolina. Em Roma, a volta às aulas foi marcada por protestos de estudantes que reclamaram de incertezas, da falta de carteiras e professores e das condições do transporte público escolar.

“É necessário um investimento estrutural na educação para garantir a todos o direito de estudar em segurança”, disse um grupo de jovens que organizou um flash mob na capital.

Marco zero

Uma das cidades que reabriram os colégios nesta segunda-feira é Codogno, o município da Lombardia onde foi identificado o primeiro caso de transmissão interna do Sars-CoV-2 na Itália, em 21 de fevereiro.

As escolas na cidade estavam fechadas desde 22 de fevereiro, enquanto as do restante do país paralisaram as aulas presenciais cerca de duas semanas depois. Após o toque do sinal para os cerca de 4 mil estudantes da cidade, o prefeito Francesco Passerini percorreu algumas salas de aula para desejar um bom ano letivo.

Em Nembro, cidade da província de Bergamo que foi um dos principais focos da pandemia na Itália, o prefeito Claudio Cancelli se disse “emocionado” com a volta às aulas. “A reabertura das escolas é o sinal mais evidente do recomeço desse nosso território tão maltratado”, declarou.

A cerimônia oficial de início do ano letivo em âmbito nacional será realizada em Vo’, no Vêneto, onde foi registrada a primeira morte por Covid-19 na Itália. O evento contará com a presença do presidente da República, Sergio Mattarella, e da mandatária do Senado, Maria Elisabetta Casellati.

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