
A deputada federal Carla Zambelli disse ter esperança de que a Itália se negará a extraditá-la ao Brasil, onde foi condenada a 10 anos de prisão por ter invadido os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Detida em Roma, a parlamentar bolsonarista está agora na penitenciária de Rebibbia, na capital italiana, onde deve aguardar o processo de extradição.
“Eu sofri no Brasil uma perseguição política, sem provas e sem qualquer garantia de defesa. Não vou desistir, minha esperança é que a Itália se oponha à minha extradição”, declarou Zambelli por meio de seu advogado na Itália, Pieremilio Sammarco, que a visitou na cadeia nesta quarta (30).
Segundo Sammarco, o “interesse de alguns políticos pelo caso” pode ajudar a “esclarecer o que ocorreu com Zambelli nos tribunais da Justiça brasileira”, em referência à intenção do vice-premiê e ministro da Infraestrutura italiano, Matteo Salvini, aliado da família Bolsonaro, de se encontrar com a deputada na cadeia.
Zambelli estava foragida na Itália, país do qual tem cidadania, desde o início de junho, após ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos de prisão por conta de uma invasão aos sistemas do CNJ.
O crime foi cometido com a ajuda do hacker Walter Delgatti Neto, sentenciado a oito anos e três meses de detenção, e tinha o objetivo de prejudicar a credibilidade do poder Judiciário.