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Estudo usa robô e tecnologia 3D para recriar afrescos em Pompeia

Um novo projeto de reconstrução de afrescos no Parque Arqueológico de Pompeia, na Itália, começou e utilizará robôs, scanners e tecnologia em 3D para montar os desenhos destruídos pela erupção do Vesúvio de 79 d.C. e por danos posteriores.

Os trabalhos ocorrerão nos afrescos da “Casa dei Pittori al Lavoro” na Insula dei Casti Amanti, local muito danificado na erupção vulcânica e também durante bombardeios na Segunda Guerra Mundial. A área já é alvo de estudos desde 2018 com o trabalho de um grupo de especialistas em pintura de mural da Universidade de Lausanne, na Suíça, sob coordenação do professor Michel E. Fuchs.

O segundo caso de estudo será feito nos afrescos na Schola Armaturarum, que sofreu um colapso na estrutura em 2010 e que ainda não foi completamente restaurada. Essa área foi reaberta ao público em janeiro de 2019.

Em ambos os casos, as peças estavam no depósito arqueológico do Parque.

Milhares de fragmentos, assim como peças de um enorme quebra-cabeças, serão reexaminados com o auxílio de uma infraestrutura robótica, dotada de braços mecânicos que conseguirão digitalizar as peças, reconhecê-las por meio de um sistema de digitalização em 3D e saber o exato local onde cada uma deve se encaixar.

Essa é a primeira vez que esse tipo de tecnologia avançada é usada no sítio arqueológico, um dos mais importantes da Itália.

A missão de “reconhecer” cada um dos fragmentos e de separá-los terá precisão mecânica tanto na manipulação como na movimentação de cada um dos pedaços. Além disso, os pesquisadores afirmam que a técnica causará o mínimo possível de danos, que não seria possível através do trabalho humano.

O diretor do Parque Arqueológico de Pompeia, Gabriel Zuchtriegel, lembra que por muitas vezes “as ânforas, os afrescos, os mosaicos, são levados à vida fragmentados, apenas parcialmente íntegros ou com muitas partes faltantes”.

“Quando o número de fragmentos é muito amplo, com milhares de peças, a reconstrução manual e o reconhecimento das conexões entre os fragmentos é quase impossível ou muito lenta e trabalhosa. Isso faz com que vários achados fiquem por muito tempo nos depósitos arqueológicos, sem poder serem reconstituídos e restaurados, muito menos serem restituídos para a atenção do público”, acrescenta ainda.

Chamado de “RePAIR”, um acrônimo para “Reconstruction the past: Artificial Intelligence and Robotics meet Cultural Heritage” (Reconstrução do passado: Inteligência Artificial e Robótica encontram-se com Patrimônio Cultural, em tradução livre), o projeto será coordenado pela Universidade Ca’Foscari de Veneza em parceria com a equipe de Fuchs e institutos da Itália, Israel, Portugal e Alemanha.

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