
Os Estados Unidos anunciaram sanções contra a italiana Francesca Albanese, relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para os territórios palestinos ocupados.
Segundo o secretário de Estado americano, Marco Rubio, a jurista tem realizado “esforços ilegítimos e vergonhosos para pressionar” o Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia “a agir contra funcionários, empresas e executivos dos EUA e de Israel”.
Rubio também acusou Albanese de praticar “atividades tendenciosas e maliciosas” e de “disseminar o antissemitismo e apoiar o terrorismo”. De acordo com o secretário, a relatora enviou “cartas ameaçadoras” a empresas americanas e sugeriu que essas companhias e seus executivos sejam processados pelo TPI.
“Não toleraremos essas campanhas de guerra política e econômica que ameaçam nossos interesses nacionais e nossa soberania”, disse Rubio.
Na semana passada, Albanese divulgou um relatório em Genebra, na Suíça, no qual acusa Israel de ser responsável por “um dos genocídios mais cruéis da história moderna”. Além disso, o documento lista 48 empresas – inclusive americanas – acusadas de financiar a “remoção dos palestinos dos territórios ocupados” e pede um “embargo abrangente de armas” contra o país judeu.
“Enquanto a vida em Gaza está sendo destruída e a Cisjordânia está sob ataque, e este relatório mostra por que o genocídio cometido por Israel continua: porque é lucrativo para muitos”, diz o texto.
Albanese também já definiu como “completo absurdo” a proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, de remover os palestinos de Gaza para transformar o enclave em uma espécie de riviera de luxo no Oriente Médio.
Advogada especializada em direitos humanos e Oriente Médio, Albanese é relatora da ONU para os territórios palestinos ocupados desde maio de 2022.