A eurodeputada italiana de origem congolesa Cécile Kyenge apresentou um pedido a alta representante da União Europeia (UE), a italiana Federica Mogherini, para que recuse a extradição do cidadão ítalo-brasileiro Henrique Pizzolato, condenado no caso Mensalão.
"A extradição foi obtida sob o pressuposto que o senhor Pizzolato seja preso em uma sessão especial e protegido pela administração penitenciária, denominada 'Ala dos Vulneráveis', na prisão de Papuda, no Brasil, onde o detido não deveria ser submetido a tratamentos desumanos", apontou Kyenge.
"O estabelecimento prisional não está em funcionamento, no entanto, e sua própria legitimidade ainda está sujeita ao escrutínio do sistema judicial brasileiro", concluiu.
Desta forma, Kyenge questionou a chanceler da UE sobre quais medidas serão solicitadas para evitar que cidadãos europeus atualmente detidos no bloco sejam extraditados ao Brasil. Na última terça-feira, dia 7, a Corte Europeia de Direitos Humanos rejeitou o pedido para suspender a extradição de Pizzolato, alegando que seu julgamento não apresentou irregularidades.
O ministro de Justiça da Itália, Andrea Orlando, por sua vez, decidiu adiar em pelo menos duas semanas sua entrega às autoridades brasileiras.
Orlando vem sendo pressionado sobre o caso, especialmente pela legenda governista Partido Democrático (PD).
