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Europa alerta que paz não pode ser decidida sem Ucrânia

Os líderes de seis países, incluindo a Itália, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, emitiram uma declaração conjunta alertando que “o caminho para a paz na Ucrânia não pode ser decidido sem a Ucrânia”.

O comunicado foi divulgado após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma reunião com seu homólogo da Rússia, Vladimir Putin, na próxima sexta-feira (15), no Alasca, sem a presença do líder ucraniano, Volodymyr Zelensky.

“A Ucrânia tem a liberdade de escolha sobre seu próprio destino. Negociações significativas só podem ocorrer no contexto de um cessar-fogo ou de uma redução das hostilidades”, diz o texto.

O documento foi assinado por Giorgia Meloni (Itália), Emmanuel Macron (França), Friedrich Merz (Alemanha), Donald Tusk (Polônia), Keir Starmer (Reino Unido), Von der Leyer (Comissão Europeia) e Alexander Stubb (Finlândia), após uma reunião em Londres de altos funcionários da UE e de Kiev, além do vice-presidente dos EUA, J.D. Vance.

Os líderes também ressaltaram o “compromisso inabalável com a soberania, a independência e a integridade territorial da Ucrânia”, em uma referência à sugestão de Trump de incluir “trocas” territoriais em seu acordo de paz. Zelensky, por sua vez, insistiu que não cederia partes do país à Rússia.

“Continuamos comprometidos com o princípio de que as fronteiras internacionais não devem ser alteradas pela força. A Linha de Contato existente deve ser o ponto de partida para as negociações”, acrescentaram os governantes.

O grupo ainda expressou sua satisfação com os esforços de Trump para impedir o “massacre” na Ucrânia, acabar com a “guerra de agressão” da Rússia e alcançar uma “paz e segurança justas e duradouras” para Kiev.

“Estamos convencidos de que somente uma abordagem que combine diplomacia ativa, apoio a Kiev e pressão sobre Moscou poderá ser bem-sucedida”, afirmaram.

Nesse sentido, os signatários expressaram sua disposição de apoiar esse trabalho “diplomaticamente”, bem como de manter seu apoio militar e financeiro “substancial”, por meio do trabalho da Coalizão dos Voluntários ou impondo medidas restritivas contra a Federação Russa”.

Por fim, Meloni, Macron, Merz, Tusk, Starmer, Von der Leyer e Stubb compartilharam a convicção de que esta solução diplomática “deve proteger os interesses vitais de segurança da Ucrânia e da Europa”, os quais incluiriam a necessidade de “garantias de segurança confiáveis e robustas que permitam” ao país de Zelensky “defender sua soberania e integridade territorial”.

Após a divulgação da declaração conjunta, o líder ucraniano expressou seu apreço e apoio total ao comunicado sobre a paz para seu país.

“O fim da guerra deve ser justo, e sou grato a todos aqueles que agora estão com Kiev e nosso povo pela paz na Ucrânia, que defende os interesses vitais de segurança de nossos povos europeus”, afirmou Zelensky.

Por outro lado, o vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, criticou o texto no Telegram: “Enquanto os euro-imbecis tentam frustrar as tentativas americanas de ajudar a resolver o conflito ucraniano, o moribundo regime de Bandera (na Ucrânia) recruta em pânico a escória mais vil da humanidade para a linha de frente”.

Já a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, chamou a declaração conjunta dos líderes europeus de “mais um panfleto nazista”.

“O gabinete de Zelensky publicou uma declaração conjunta pedindo um cessar-fogo. Mas não o tipo que seria alcançado cortando o fornecimento de armas aos terroristas de Kiev. Pelo contrário, outro panfleto nazista afirma que o sucesso na obtenção da paz na Ucrânia só pode ser alcançado pressionando a Rússia e apoiando Kiev”, concluiu ela. 

Em meio à polêmica sobre a ausência de Zelensky na cúpula, o embaixador dos EUA na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Matthew Whitaker, disse neste domingo (10), em entrevista à CNN, que “é possível” que o presidente da Ucrânia participe do encontro presencial entre Putin e Trump.

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