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Evento no Consulado da Itália em SP debateu crimes de guerra

O Consulado-Geral da Itália em São Paulo sediou uma conferência internacional que debateu crimes de guerra e Justiça.

O evento, chamado de “Justiça e Reparação – Direito Internacional Humanitário e Crimes de Guerra Tratados pelos Tribunais”, foi moderado pelo jornalista Mario Sabino e teve a participação de Marco De Paolis, procurador-geral militar italiano e figura-chave em julgamentos de crimes nazifascistas.

“Discutimos justiça militar, direito humanitário e crimes nazifascistas, fenômenos que parecem distantes no tempo e na história, mas que infelizmente são de relevância muito atual. A democracia é uma planta que deve ser regada diariamente, e o direito internacional é uma ferramenta que devemos fortalecer constantemente”, declarou o cônsul-geral da Itália em São Paulo, Domenico Fornara.

Já em entrevista à agência Ansa, o diplomata acrescentou que “justiça, paz e Estado de Direito nunca são conquistas definitivas, mas compromissos diários das instituições e da sociedade civil”.

De Paolis, conhecido por ter processado mais de 500 casos de crimes de guerra e descoberto o “armário da vergonha”, que armazenava arquivos sobre massacres escondidos por décadas, explicou como suas investigações revelaram redes de apoio entre ex-criminosos de guerra e grupos neonazistas contemporâneos.

“Na Alemanha e na Áustria, encontramos pequenas organizações de ajuda mútua entre camaradas, ligadas a grupos de jovens neonazistas. A memória desse passado, infelizmente, alimenta os sonhos negativos dos nazistas de hoje”, analisou.

No evento, De Paolis acrescentou que essa experiência judicial o colocou frente a frente com a injustiça e a desumanidade.

“Senti a necessidade de contar especialmente aos jovens o que aconteceu, porque não aprendemos o suficiente com os livros escolares. Só assim podemos caminhar em direção a uma cultura de paz”, disse.

Já sobre a evolução do direito internacional, o promotor mencionou que, nos últimos 20 anos, “vivemos do passado, sem cultivar uma verdadeira cultura de paz e humanismo”. Ele ainda mencionou que o antídoto é “começar pela educação ética dos jovens”.

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