O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi realizou uma entrevista na qual falou sobre a possível cassação de seu mandato no Senado após ser condenado a quatro anos de prisão por fraude fiscal no processo Mediaset, e disse que "a Constituição e o bom senso oferecem muitas estradas" para uma possível solução do caso. "Ele dirão que a culpa é a minha se os ministros do Povo da Liberdade (PDL) avaliarão renunciar a seus cargos após o massacre judiciário de seu líder, eleito por milhões de italianos. Mas eu me pergunto: se dois amigos estão em um barco e um deles joga o outro no mar, de quem é a culpa se a o barco perde o controle?", disse Berlusconi.
O ex-premier declarou que "está em jogo muito mais que o destino de uma pessoa". "Se fosse somente isso, seria um problema somente para mim. Mas somos ao epílogo de uma guerra de vinte anos que os juízes de esquerda conduziram contra mim, me considerando o obstáculo para ser eliminado para garantir à esquerda a tomada definitiva do poder", explicou o Cavaliere, que considera sua condenação como "uma sentença sem fundamento, injusta e até inacreditável".
"Eles podem me fazer tudo, mas não podem me tirar três coisas: o direito de falar no cenário público e civil italiano, o direito de animar e guiar o movimento político que eu fundei, o direito de ser ainda o ponto de referencia para milhões de italianos, até que esses cidadãos livremente continuarão querendo isso", salientou o ex-premier.
Berlusconi alertou sobre a necessidade que o governo tome medidas rapidamente, ou a Itália continuará no meio de uma recessão econômica. "Ou nos próximos 50 dias o governo consegue dar um choque positivo que possa ser percebido por todos os italianos ou continuaremos presos em uma tendência recessiva. E não podemos exultar por um 'zero virgula' a mais no crescimento econômico. Ou a Itália volta a correr, ou estamos arriscando de pagar um preço muito elevado para a crise", concluiu o ex-primeiro-ministro italiano.
