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FABIO BOTTO: Ministro da Defesa da Itália descarta nova resolução contra o ditador Kadafi

O ministro de Defesa da Itália, Ignazio La Russa, descartou a possibilidade de que a Organização das Nações Unidas (ONU) aprove uma nova resolução para capturar o ditador da Líbia, Muammar Kadafi.

La Russa, que está em Washington para uma reunião com o chefe do Pentágono, Robert Gates, disse que "é improvável" tal aprovação porque, para alguns países, retirar Kadafi do governo "já está implícito na atual resolução", uma vez que isso garantiria a proteção dos civis na Líbia, explicou.

"Até porque", continuou, "não esqueçamos que esta não foi uma resolução tranquila, passada com aprovação unânime, mas foi uma resolução que teve a abstenção de países importantes, não apenas da Alemanha, mas também da Rússia, da China e do Brasil", ponderou o ministro.

Em sua opinião, a aprovação de uma nova resolução de caráter mais humanitário seria fácil, mas uma que envolvesse mais recursos militares seria difícil, "independente de qual seja a nossa avaliação", atestou.

O titular da Defesa italiana também rebateu novamente as críticas feitas principalmente pela França de que a Itália deveria se envolver mais na ação militar na Líbia.

"Antes de insistir no argumento de que é preciso novos aviões de bombardeio, acho que é preciso mais informações", afirmou.

Ele revelou que não está convicto de que seja necessária uma contribuição técnico-militar com novas aeronaves, uma vez que alguns aviões militares não entraram ainda em operação e, conforme o tempo passa, há cada vez menos confrontos em campos abertos, e mais em cidades, "onde é menos fácil ou mais perigoso o uso de bombardeios", atentou ele.

"A situação é complexa porque de um ponto de vista militar, não há uma supremacia de nenhuma das duas partes na causa", e a missão tem o objetivo de "proteger os civis", e não de tomar parte em um lado do conflito entre o governo e os rebeldes, explicou o ministro italiano.

Ele acrescentou que hoje é "difícil excluir" a possibilidade de que a guerra na Líbia seja longa, mas se disse "otimista" e acredita que "logo" a situação pode se desenvolver fora da área militar, mas sim no âmbito político e diplomático.

"A Itália disse desde o primeiro momento que é absolutamente indispensável a ação militar, sem a qual haveria uma carnificina, mas assim que o processo começou, fizemos todo o possível e imaginável para uma solução diplomática", justificou La Russa.

Assim que o Conselho de Segurança (CS) da ONU aprovou a zona de exclusão aérea sobre a Líbia, a Itália ofereceu suas bases militares, uma vez que sua localização é estratégica para os ataques no país africano.

O país também foi um dos únicos, ao lado apenas de Catar e França, a reconhecer formalmente o Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia, formado pela oposição. Amanhã, o presidente do conselho, Mustafá Abdel Jalil, se reunirá em Roma com o ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini.

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