Carlinhos Cachoeira, o financiador das apostas ilegais que está no centro de um escândalo de corrupção que agita o Brasil, aparentemente tinha contatos com o ex-premier italiano Silvio Berlusconi, segundo a Polícia Federal. A Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, gravou uma conversa entre o chefão do jogo, Cachoeira, atualmente preso em Brasília, e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM), processado na Comissão de Ética do Congresso por corrupção.
"Aquele trem na Itália está prosperando", disse Cachoeira, cuja rede de subornos e contratos com o Estado levou à criação na semana passada de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
Adiante, o empresário do jogo diz que "Deise é amiga de Berlusconi, ela estará lá no Palácio e vai interceder por você junto a Berlusconi. Como você gostaria que fosse a visita à Itália, mediante um convite dele (Berlusconi)?", segundo a gravação da polícia reproduzida pelo jornalistaIlmar Franco do jornal O Globo.
"Pode ser, eu vou na hora (visitar o Berlusconi)", respondeu o senador Torres, acusado de receber US$ 1,8 milhões de propina de Cachoeira, conforme publicado pela Folha de São Paulo, que informou que a gravação policial foi feita em 16 de junho do ano passado.
