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Petro Poroshenko e Vladimir Putin selam acordo para Ucrânia, em reunião ocorrida em Milão, na Itália

Em mais um encontro para tentar resolver a crise ucraniana, o presidente do país, Petro Poroshenko, se reuniu com o líder da Rússia, Vladimir Putin, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, em Milão, na Itália. Ao final da reunião, Poroshenko afirmou que o acordo assinado com os russos tem "três pontos principais" para tentar resolver a situação no país.

O primeiro é "seguir firmamente o memorando de Minsk". Isso significa que Putin se comprometeu a respeitar e ajudar no cumprimento de 14 pontos acertados entre as lideranças ucranianas e os rebeldes das autoproclamadas Repúblicas de Donetsk e Lugansk no dia 5 de setembro. Entre eles estão, o controle internacional sobre o cessar-fogo, o compromisso de ambos os lados de retirar seus Exércitos dos locais de conflitos e a troca de prisioneiros.

O segundo é "ter eleições em Donetsk de acordo com as leis ucranianas". Poroshenko aprovou um "status especial" para a região e determinou que no dia 7 de dezembro ocorram eleições na região, para a escolha de um representante que lidere Donetsk e de demais parlamentares para a Rada, o Parlamento ucraniano. O presidente também se comprometeu a dar mais autonomia para a região.

E o terceiro ponto, que interessa muito para a União Europeia também, é estabelecer "parâmetros principais sobre o contrato de gás". Desde junho, Kiev não recebe o gás russo por causa de supostas dívidas do governo ucraniano com a Gazprom e os ucranianos acusam a empresa de cobrar um preço absurdo para o fornecimento. No dia 26 de setembro, o comissário europeu para Energia, Gunther Oettinger, conseguiu fazer com que os dois países entrassem em um "acordo temporário" para o fornecimento de gás para o inverno no país.

Mas, Poroshenko alertou que "não foi realizado nenhum acordo concreto sobre o gás, mas a confiança na possibilidade de encontrar uma solução para isso no encontro de 21 de outubro, em Bruxelas, com os representantes da União Europeia". Já Putin confirmou que foi realizado um acordo "para a retomada parcial do fornecimento" e pediu que a "Europa deve ajudar a Ucrânia a pagar a dívida" que tem com a Gazprom.

Ele considerou que o encontro foi "bom" entre as partes, mas evitou fazer mais comentários sobre o que foi decidido na reunião.

Hollande ainda confirmou que "França e Alemanha anunciaram que colocarão drones à disposição da OSCE [Organização para Segurança e Cooperação na Europa] para verificar o cessar-fogo e o controle das fronteiras".

Mais cedo, o premier italiano, Matteo Renzi, mediou outro encontro para tentar resolver a situação ucraniana e afirmou que acreditava que havia sido dado "um passo adiante, ainda que existam algumas diferenças". Ele destacou que foi importante que "de Milão saiu um novo percurso para a Ucrânia, mas ainda há muito por fazer".

Já o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, não está tão otimista quanto os líderes da França e da Itália. Segundo ele, "o conflito na Ucrânia está sem uma solução política".

A reunião foi realizada paralelamente ao Fórum Econômico Ásia-Europa (Asem) e foi um dos encontros mais importantes do evento. A crise política na Ucrânia começou em novembro do ano passado, após o ex-presidente do país Viktor Yanukovych se recusar a assinar um acordo que aproximava o país da União Europeia. Isso iniciou uma onda de protestos no país. Após essas manifestações, em março deste ano, começaram vários conflitos separatistas na Ucrânia. A Crimeia foi a primeira região a proclamar independência e a se anexar à Rússia.

Já as regiões de Donetsk e Lugansk fizeram a autoproclamação, mas o governo de Kiev não permitiu que elas se separassem. Com isso, os constantes confrontos na região mataram mais de duas mil pessoas até o momento.

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