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Governo italiano volta a repudiar posição da União Europeia em relação à emergência imigratória

O ministro italiano do Interior, Roberto Maroni, voltou a criticar a posição da Europa em relação à emergência imigratória. De acordo com ele, o fenômeno não é "só de imigração clandestina, mas social e geopolítica. Uma revolução que muitos países europeus não são capazes de compreender, considerando-a só uma questão de imigração clandestina de competência da Itália".

Maroni se reuniu, em Luxemburgo, com ministros europeus do Interior para expor a situação da Itália, um dos principais destinos de imigrantes africanos.

A Itália pediu para a União Europeia (UE) adotar medidas conjuntas para resolver a questão imigratória, o que foi rechaçado pelos ministros do Interior do bloco.

Maroni contou ter ficado "muito desiludido" e "esperar" que a visita do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, à Tunísia "possa ajudar a Itália neste fenômeno".

Após o encontro, o ministro italiano chegou até a afirmar que Roma deveria deixar o bloco.

No entanto, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, afirmou, que as declarações de Maroni foram dadas em "um momento de raiva".

"Ele expressou sua forte desilusão em um momento de ira e de raiva, o que podemos compreender. Mas devemos ter os nervos de ferro", disse o chanceler.

Segundo Frattini, "a Europa é, e será, para nós, uma extraordinária oportunidade. A Itália, sem a Europa, seria pequena e incapaz de enfrentar os grandes desafios".

A Gazeta Oficial da Itália publicou um decreto assinado pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que declara "estado de emergência humanitária no território do norte da África para permitir um controle eficaz do fluxo excepcional de cidadãos no território nacional".

A Itália, principalmente a ilha de Lampedusa, que fica ao sul do país, tem sido um dos principais destinos de cidadãos do norte da África que fogem dos recentes conflitos, como no Egito, Líbia e Tunísia.

O alto fluxo de imigrantes fez com que os centros de acolhimento de Lampedusa ficassem superlotados e faltassem alimentos. A situação também gerou protestos entre os moradores da ilha.

Por isso, o governo resolveu transferir os estrangeiros para outros centros de acolhimento e repatriar o máximo de pessoas possível.

Na semana passada, o governo italiano também decidiu conceder vistos temporários a imigrantes que fugiram de seus países por conta de conflitos políticos, o que descontentou a França, que teme uma onda imigratória.

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