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Fundadora do”Movimento pela Itália” pede extradição de Cesare Battisti

A fundadora do Movimento pela Itália, Daniela Santanché, definiu  a decisão do Brasil de dar refúgio político ao ex-ativista italiano de extrema-esquerda Cesare Battisti como "um cuspe no rosto da Itália".

Santanché organizou um protesto diante do consulado brasileiro em Milão para pressionar o governo italiano a chamar seu embaixador no Brasil, Michele Valensise, para consulta, gesto que representa extrema desaprovação da Itália em relação ao assunto.

Na manifestação estava presente Alberto Torregiani, filho do joalheiro Pierluigi Torregiani, que foi morto por Battisti no dia 16 de fevereiro de 1979, durante um tiroteio. Na ocasião, o filho do joalheiro também foi atingido por um disparo e ficou paralítico.

 

"O que queremos é justiça, para mim e para os cidadãos italianos", explicou Torregiani, que na próxima semana participará, junto com uma delegação do Movimento pela Itália liderada por Daniela Santanché, de um encontro com o ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini.

Santanché espera também ter um encontro com o presidente da República italiana, Giorgio Napolitano, que deve ir a Milão na próxima segunda-feira. A postura de Napolitano é elogiada pelos manifestantes. "O presidente como sempre assume a responsabilidade", declarou Torregiani.

No último sábado, Napolitano escreveu uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo a revisão da decisão do ministro da Defesa, Tarso Genro, e a consequente extradição de Battisti.

Santanché também elogiou a postura do ministro para Assuntos Europeus da Itália, Andrea Ronchi, de pedir ao Brasil a extradição de Battisti, e disse esperar que na reunião de governo desta sexta-feira seja tomada a decisão de chamar o embaixador italiano no Brasil pra consulta.

"A nossa é uma batalha de justiça. Não há uma questão ideológica", garantiu a fundadora do Movimento pela Itália. Na mesma linha, Torregiani afirmou que não sente rancor do ex-ativista. "Nunca senti ódio de Battisti. Não sou eu que perco (com a decisão do Brasil), perdem os cidadãos italianos, perde a justiça e o direito", opinou.

Battisti, de 54 anos de idade, é condenado por quatro assassinatos cometidos na década de 70 enquanto militava no Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), grupo ligado às Brigadas Vermelhas.

No Brasil, o ex-ativista foi preso no Rio de Janeiro em 18 de março de 2007 e transferido para a penitenciária de Papuda, em Brasília.

No dia 13 de janeiro de 2009, o ministro da Justiça brasileiro concedeu a Battisti o status de refugiado político, o que garante que ele deixe a prisão e possa trabalhar e morar no Brasil. O ministro brasileiro argumenta que a decisão foi baseada na "existência fundada de um temor de perseguição" contra Battisti, que alega inocência.

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