Notícias

Senado italiano fica caótico por causa de reforma trabalhista

O Senado italiano teve um dia de caos. A ministra italiana das Reformas Constitucionais, Maria Elena Boschi, foi ao local para pedir o voto de confiança para o projeto da reforma trabalhista no país, mas o que ouviu foram berros, protestos e aplausos irônicos de senadores contrários as medidas – especialmente dos membros do Movimento 5 Estrelas (M5S).

O líder do partido no local, Vito Petrocelli, foi expulso da primeira sessão e disse que "a expulsão ocorre por eu ter mostrado um cartaz em branco". Segundo ele, "a folha em branco representa o que o governo quer fazer ao solicitar a confiança no Jobs Act".

O presidente do Senado, Pietro Grasso, então suspendeu a sessão pela segunda vez no dia e convocou uma Conferência dos líderes do Senado para "decidir a organização dos trabalhos". Além disso, está pronto um documento da minoria do Partido Democrático (PD), do premier Matteo Renzi, com assinaturas de 26 senadores e nove deputados do partido que será apresentado ainda hoje, para mostrar descontentamento com a atitude do primeiro-ministro.

Renzi decidiu colocar o projeto de reforma trabalhista, chamado de "Jobs Act", para o voto de confiança no Senado na última segunda-feira (06). Quando o Executivo toma tal medida, significa que ele está, de certa forma, condicionando sua própria permanência no poder à aprovação da confiança a determinado projeto.

Esse instrumento é usado para evitar obstruções no Parlamento, bloqueando todas as emendas e fazendo com que a lei seja votada da forma como foi apresentada.

O maior problema dessa reforma, tanto com PD quanto com os partidos de oposição e os sindicatos nacionais, tange especialmente às mudanças no artigo 18 do Estatuto dos Trabalhadores. Segundo foi divulgado até o momento, as mudanças atingem a parte que regula as demissões sem justa causa nas empresas com mais de 15 funcionários. Entre outras coisas, a atual lei autoriza a reintegração do empregado mandado embora sem motivo justificado, e nas mesmas condições de antes, além do pagamento de indenização. Fontes do Palácio Chigi afirmaram que o art. 18 estaria dentro do projeto, caso o voto de confiança fosse aprovado. "O voto se refere, evidentemente, ao artigo 18. A medida atribui ao governo de mudar o atual sistema e o presidente do Conselho [Renzi] indicou com clareza a direção de que devemos tomar", afirmaram em documento.

De acordo com o ministro do Trabalho, Giuliano Poletti, que participou da primeira sessão do Senado, "o artigo 18 não é o alfa e o ômega de nossa reflexão. Eu respeito todas as considerações, mas acredito que talvez as críticas positivas e negativas foram excessivas. Se trata de um argumento relevante, mas menos decisivo".

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios