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POLÍTICA ITALIANA: Economista Mario Monti aceita oficialmente cargo de premiê da Itália

O economista e ex-comissário europeu Mario Monti, 68 anos, aceitou oficialmente o cargo de primeiro-ministro da Itália nesta quarta-feira. Monti, que também assumirá o Ministério da Economia, substituirá o ex-premiê Silvio Berlusconi, que renunciou no sábado pondo fim a 17 anos de reinado político.

O anúncio foi feito após uma reunião com o presidente Giorgio Napolitano, na qual Monti apresentou a lista de nomes de seu gabinete de ministros. Agora, o Parlamento terá que ratificá-lo como chefe de governo, o que deve acontecer na quinta-feira.

O novo gabinete conta com três mulheres: Anna Maria Cancellieri, ministra do Interior, Paola Severino, ministra da Justiça, e Elsa Fornero, ministra do Trabalho e Igualdade de Oportunidades.

Os outros nomes anunciados foram Giulio Terzi di Sant'Agata (Relações Exteriores), Francesco Profumo (Educação), Giampaolo di Paola (Defesa), Corrado Clini (Meio Ambiente), Corrado Passera (Desenvolvimento e Infraestrutura), Mario Catania (Políticas Agrícolas), Renato Balduzzi (Saúde), Lorenzo Ornaghi (Cultura) e Antonio Catricalà (Subsecretário da Presidência).

Na terça-feira, Monti passou horas reunido com líderes dos principais partidos políticos italianos para formar o próximo Executivo do país. Apenas um partido, a direitista Liga Norte, disse que não dará seu apoio.

A informação foi divulgada pelo secretário da Confederação Italiana dos Sindicatos dos Trabalhadores (CISL), Raffaele Bonanni, depois de se reunir em Roma com Monti na última das duas jornadas de consultas realizadas pelo economista italiano com partidos e agentes sociais.

Berlusconi renunciou no sábado depois que a Câmara Baixa aprovou medidas de austeridade reivindicadas pela União Europeia (UE), abrindo espaço para uma transição cujo objetivo é tirar a Itália da crise econômica.

Na terça-feira, o premiê italiano prometeu deixar o poder assim que o pacote de austeridade fosse aprovado pelo Parlamento.

A decisão pela renúncia foi tomada após o Orçamento ter sido aprovado por 308 votos, oito a menos do que a maioria absoluta de 316, em uma votação que contou com 321 abstenções. Aperda da maioria tornou insustentável a permanência de Berlusconi no poder.

Berlusconi continua sendo deputado de sua formação de direita, Povo da Liberdade (PdL), em um Parlamento com mandato até 2013, e tem imunidade parlamentar, o que leva muitos a duvidarem que ele abandonará a política.

O líder italiano se defende de três acusações na justiça, sendo o mais famoso deles o Rubygate, no qual é acusado de ter pago a uma menor marroquina, conhecida como Ruby, por serviços sexuais. Nesse mesmo caso, Berlusconi também é acusado de abuso de poder por intervir ante a polícia de Milão para que liberasse Ruby após ela ter sido detida por roubo em maio de 2010.

Já no caso Mills, Berlusconi é suspeito de ter pago US$ 600 mil a seu ex-advogado britânico David Mills, nos anos 90, para que fizesse um falso testemunho. Por último, no processo Mediaset, Berlusconi foi acusado de ter aumentado artificialmente os preços dos direitos de divulgação de filmes para constituir um "caixa dois" no exterior, reduzir seus lucros na Itália e pagar menos impostos.

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