
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, se reuniu com o presidente do país, Sergio Mattarella, para esclarecer uma suposta crise entre os palácios Chigi e Quirinale derivada de uma notícia acusatória publicada na imprensa local, que citou como fonte o conselheiro do chefe de Estado, Francesco Saverio Garofani.
De acordo com comunicado do Palácio Chigi, a premiê telefonou a Mattarella antes do encontro entre eles no Quirinale. Já no local, Meloni chamou as declarações de Garofani de “inoportunas”.
O objetivo da presidente do Conselho [de Ministros], com sua visita ao chefe de Estado, é reforçar que não existe nenhuma crise institucional”, informou a nota.
Ainda segundo o comunicado, sempre houve “harmonia” entre as instituições desde que o governo Meloni assumiu o poder, em outubro de 2022, e “ninguém jamais a questionou [a harmonia]”.
A reportagem publicada pelo jornal La Verità, intitulada “O plano do Quirinale para barrar Meloni”, destacou uma possível briga de poderes entre as partes, levando o chefe da bancada dos Irmãos da Itália (FDI) na Câmara dos Deputados, Galeazzo Bignami, a pedir ao outro lado para desmentir a notícia. No entanto, a oposição acusou o líder do partido da primeira-ministra de “difamar” Mattarella e o palácio da República.
Hoje, Meloni reforçou que a solicitação de Bignami “não foi um ataque ao Quirinale, mas sim, “uma forma de limitar a questão ao seu âmbito real, protegendo também o próprio palácio [da República]”.
“O partido com relativa maioria [na Câmara] pretendia intervir para dissipar qualquer possibilidade de conflito entre duas instituições que, de resto, colaboram para o bem da nação.
Acreditava-se que a pessoa diretamente envolvida, o conselheiro Garofani, deveria esclarecer a situação para que o assunto fosse imediatamente encerrado”, destacou Meloni em nota.
O FDI também exaltou nesta quarta que “o Quirinale não tem nada a ver com o que afirmou Francesco Saverio Garofani, conselheiro do presidente da República, que expressou uma opinião pessoal” à imprensa.
Citando a mídia, Bignami afirmou que o Quirinale “aspiraria a iniciativas contra a premiê Giorgia Meloni e a centro-direita”, defendendo “a formação de coligações alternativas com a intenção declarada de impedir uma vitória da centro-direita e da primeira-ministra nas próximas eleições gerais”.
Em entrevista ao Corriere della Sera publicada nesta quarta, Garofani declarou estar “muito triste, por mim e pela minha família”.
“A violência do ataque me assusta, e o que mais dói é a sensação de ter sido usado para atacar o presidente”, disse o assessor, acrescentando que a conversa com o jornalista Maurizio Belpietro “foi uma conversa franca entre amigos”.
“Nunca fiz declarações inapropriadas, nunca demonstrei qualquer arrogância”, defendeu-se Garofani, que “leu e releu” a reportagem assinada por Belpietro, sem “entender em que consistia a conspiração”.
“Desde que Mattarella me honrou ao me convidar para trabalhar com ele, sempre estive de todo o coração a seu serviço, a serviço da instituição”, concluiu o conselheiro, segundo o qual, o chefe de Estado foi “muito afetuoso” com ele, pedindo-lhe para manter a “serenidade”.
Por sua vez, o editor de La Verità “confirmou palavra por palavra” do que foi publicado.
“A única coisa ridícula aqui é a tentativa de silenciar nosso jornal”, acusou Belpietro.



