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Governo cancela manifestação de apoio ao primeiro-ministro Silvio Berlusconi

Os partidários de Silvio Berlusconi anunciaram o cancelamento da manifestação de apoio ao premier e contra o Ministério Público de Milão – que o investiga por extorsão e abuso de menores -, convocada para o dia 13 de fevereiro na capital lombarda, enquanto se multiplicam os protestos da oposição em várias cidades do país.

"Não acredito que realizaremos uma manifestação, seja ela nacional ou regional, no próximo dia 13", disse o ministro da Defesa, Ignazio La Russa, enquanto a subsecretária para a execução do programa de governo, Daniela Santanché, confirmou que "por hora não haverá manifestações, talvez mais adiante". 

Santanché disse que a decisão foi tomada no sábado (29) durante uma reunião dos coordenadores nacionais do PDL (Povo da Liberdade), o partido liderado pelo primeiro-ministro.

Na última sexta-feira (28), um alto dirigente do partido governista dissera à ANSA que ocorreria este protesto com o objetivo de "ocupar as ruas para defender o chefe de governo eleito pelo povo italiano e contra os ataques de uma magistratura politizada".

Esta iniciativa foi duramente criticada no fim de semana por Michele Vietti, vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura (CSM), órgão autônomo dos juízes italianos, que afirmou que "um espaço judicial não pode ser substituído por outras sedes por puro capricho de alguém, seja a mídia ou na rua". Vietti fez estas declarações em paralelo à cerimônia de inauguração do Ano Judicial em Turim.

"Não se trata de uma crítica a alguém ou algo, as pessoas são livres para aderirem a todas as manifestações que desejarem, mas considero positivo que a política se ocupe de seu ofício, enquanto aos juízes se deve respeito, porque é o processo que incorpora o Estado de direito", salientou o vice-presidente do CSM. 

Já o procurador-chefe de Veneza, Pietro Calogero, disse durante a cerimônia paralela de inauguração nesta cidade, que o caso Ruby – do nome da jovem marroquina com a qual Berlusconi supostamente manteve relações sexuais quando era menor de idade – "levou a uma crise da relação entre o governo e o Judiciário, causando revolta na sociedade civil".

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