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Primeiro-ministro de Itália Mario Monti teme desintegração da Europa

O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, diz que o futuro da Europa parece sombrio. Numa entrevista à revista alemã Der Spiegel, o homem de 69 anos que substituiu Silvio Berlusconi, em novembro do ano passado, como líder do Executivo italiano, afirma que "as tensões acumuladas nos últimos anos na zona euro acarretam riscos de uma dissolução psicológica da Europa" e dos fundamentos da União Europeia.

Se o euro se torna um factor de afastamento entre os Estados "então os alicerces do projecto europeu estão destruídos", argumenta Monti, que aconselha também os seus congéneres europeus a manterem a sua independência face aos parlamentos nacionais.

Sobre as recentes decisões do Banco Central Europeu (BCE) – vai preparar, durante as próximas semanas, um novo modelo de compras de obrigações, potencialmente mais eficaz do que o anterior, mas que apenas será accionado se os países em dificuldades recorrerem aos fundos de resgate europeus e aceitarem cumprir um programa de ajustamento – Mario Monti congratulou-se com a intervenção do seu compatriota Mario Draghi, presidente do BCE, lembrando que também ele tem defendido que o mercado da dívida soberana está fortemente fragilizado na zona euro. "São problemas que temos de resolver rapidamente", frisa o primeiro-ministro de Itália.

Draghi disse que qualquer nova compra de obrigações pelo BCE terá de ser precedida por um pedido de ajuda a um dos fundos de estabilidade financeira. Mas, mesmo nesta versão condicional, a ideia de o BCE financiar directamente os Estados da zona euro não agrada a todos os membros do banco — particularmente à Alemanha.

“Essas preocupações são infundadas”, argumenta Monti. “É exactamente essa desconfiança que nos impediu de encontrar uma solução clara para esta crise. Temos de a superar e voltar a confiar uns nos outros.”.

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