A Itália convocou seu embaixador na Síria como forma de condenar os recentes ataques ordenados pelo governo contra a população civil.
A subsecretária do Ministério das Relações Exteriores da Itália, Stefania Craxi, informou que o chanceler Franco Frattini "decidiu chamar o nosso embaixador para consultas" após as "desconcertantes violações" dos Direitos Humanos por parte do regime sírio.
"Frattini decidiu chamar o embaixador Achille Amerio para dar um forte sinal de reprovação pelas inaceitáveis repressões", disse Craxi, acrescentando que, com o gesto, a Itália interrompe os programas de cooperação que mantinha com a Síria.
Craxi afirmou que Roma considera "horrível" a "repressão contra a população civil" e acredita que o presidente da Síria, Bashar al-Assad, mostrou-se "incapaz" de gerir a situação no país e impulsionar as reformas pedidas pela sociedade e pela comunidade internacional.
Segundo ele, Frattini também teria proposto que todos os países da União Europeia (UE) façam o mesmo com suas representações diplomáticas em Damasco.
Um porta-voz da UE, no entanto, disse nesta terça-feira que um chefe da delegação diplomática do bloco vai permanecer na Síria para "acompanhar a situação".
"A decisão de convocar os embaixadores é singular aos países. No momento, não há uma decisão generalizada", explicou o porta-voz.
Nos últimos dias, o governo sírio tem aumentado a repressão contra a população por temer novos protestos durante o Ramadã, o mês sagrado islâmico, quando os muçulmanos se reúnem nas mesquitas para orações.
A violência provocou a morte de mais de 120 pessoas, sendo que 24 foram mortas pelas forças de segurança somente no primeiro dia do Ramadã.