
O governo da Itália negou que a mulher vista em uma igreja evangélica em Scafati, na província de Salerno, seja a deputada brasileira Carla Zambelli, que está foragida no país europeu desde o início de junho.
O posicionamento chega após um questionamento apresentado pelo deputado de oposição Angelo Bonelli, da Aliança Verdes e Esquerda (AVS), sobre o paradeiro da parlamentar bolsonarista.
“Com base em informações obtidas de fontes abertas, foram realizadas verificações minuciosas sobre a possível presença dela em uma comunidade religiosa localizada na zona de Salerno, aparentemente confirmada por algumas fotografias. Mas rapidamente se constatou que a pessoa denunciada era uma mulher diferente e completamente estranha ao caso”, disse o ministro do Interior, Matteo Piantedosi, na Câmara dos Deputados.
Na última terça-feira (15), o jornal romano la Repubblica publicou que Zambelli havia sido vista três dias antes em um culto em uma igreja evangélica em Scafati, cidade da província de Salerno situada no sopé do vulcão Vesúvio.
“Ao longo das investigações, foram verificados pontualmente relatos a respeito da presença da ex-parlamentar em determinados locais ou contextos, sempre com resultado negativo”, acrescentou Piantedosi.
Segundo ele, prosseguem “as atividades investigativas e as verificações sobre novas informações compartilhadas no âmbito da colaboração internacional com as autoridades policiais brasileiras”. “As investigações realizadas até o momento ainda não nos permitiram localizar a ex-deputada brasileira”, acrescentou o ministro.
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por conta de uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com a ajuda do hacker Walter Delgatti Neto, sentenciado a oito anos e três meses de cadeia. O objetivo do crime seria prejudicar a credibilidade do poder Judiciário.
No início de junho, a deputada fugiu para a Itália, país do qual tem cidadania, porém continuou ativa nas redes sociais. Ela é uma das vozes mais ativas da ultradireita brasileira e aliada fiel do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu por golpe de Estado e pode pegar mais de 40 anos de cadeia.