O advogado do ex-primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, Niccolò Ghedini, acusou o Tribunal de Milão, durante uma audiência do processo Ruby, de ter um juízo predefinido contra a defesa e de ter uma "proximidade cultural" com o Ministério Público.
Durante seu discurso em defesa do réu, o advogado alegou ter a impressão "de gerar aborrecimento" nos juízes em quanto legal de Berlusconi, algo que não ocorreria, segundo ele, em relação ao MP. Ghedini deixou claro que considera o tribunal tendencioso e afirmou que a acusação do procurador Ilda Boccassini, proferida na semana passada, teria mais razões de espetáculo do que de mérito, sendo baseada em sugestões e não em dados processuais, além de ser viciada por uma opinião pessoal prévia em relação a Berlusconi.
Segundo o legal, o ex-primeiro-ministro estava realmente convencido de que Karima El Mahroug, conhecida como Ruby, fosse egípcia e sobrinha do então presidente do país árabe, Hosni Mubarak. Ghedini alegou que a prova desse convencimento seria que Berlusconi teria citado a jovem durante uma janta com o mandatário egípcio em Roma no maio de 2010.