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Governo italiano terá ajuda da União Europeia para controlar imigração ilegal

Quase 11 meses depois do naufrágio que tirou a vida de 366 imigrantes ilegais perto da ilha de Lampedusa, a Itália finalmente teve seus pedidos atendidos: o país vai receber a ajuda da União Europeia para controlar as fronteiras do bloco econômico no Mar Mediterrâneo.

Após uma reunião em Bruxelas com a comissária para Assuntos Internos da UE, Cecilia Malmstrom, o ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, anunciou que a operação "Mare Nostrum", realizada exclusivamente por Roma, será substituída em novembro por uma chamada "Frontex Plus", que terá a participação de outros países do continente.

"Estabelecemos as bases para realizar essa ação. É um dia importante para a Itália e a Europa, que premia os nossos esforços e volta a ser protagonista no Mediterrâneo", declarou Alfano. Em 3 de outubro do ano passado, um barco superlotado que partira da costa africana e se dirigia à ilha de Lampedusa afundou no canal da Sicília e provocou a morte de 366 pessoas.

Menos de duas semanas depois, o governo italiano, ainda sob o comando de Enrico Letta, iniciou a operação militar e humanitária "Mare Nostrum". A iniciativa consiste no uso de drones, helicópteros de longo alcance, embarcações da Marinha e navios anfíbios para localizar e resgatar barcos ilegais na região, evitando novos naufrágios.

"Em nome da Europa, quero agradecer à Itália pelo imenso trabalho desenvolvido. Os seus homens salvaram dezenas de milhares de vidas humanas. A Itália não pode suportar mais esse esforço sozinha. Todos os países da UE terão um papel forte para ajudar com mais dinheiro e equipes", afirmou Malmstrom.

Segundo a comissária, a dimensão da "Frontex Plus" vai depender de quantos membros do bloco irão aderir ao projeto. Além disso, Alfano também anunciou que as embarcações interceptadas no Mediterrâneo serão destruídas, trabalho que terá o auxílio da UE.

Números

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), mais de 1,9 mil pessoas morreram tentando alcançar a Europa pelo mar desde o início do ano, sendo que 1,6 mil delas falecerem de junho para cá.

Até o dia 24 de agosto, conseguiram chegar com vida no continente 124.380 indivíduos, dos quais 108.172 desembarcaram na Itália. 

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