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Grife Giorgio Armani promete respeitar testamento de estilista

O comitê executivo da Giorgio Armani, empresa fundada e liderada pelo estilista homônimo até sua morte, em 4 de setembro, aos 91 anos, assegurou que vai respeitar os desejos contidos no testamento do lendário ícone da moda italiana, que pediu a venda do grupo ou a abertura de seu capital na Bolsa de Valores.

“Desde já, sentimos, também em nome dos nossos funcionários e colaboradores, que devemos comprometer-nos a apoiar este caminho, em conformidade com os seus desejos e com o objetivo de garantir o melhor futuro possível para a empresa e para a marca”, diz uma nota do comitê, que é formado por familiares e executivos de alto escalão da Armani e será responsável pelo processo de transição.

“Parece clara a intenção do Senhor Armani de garantir a continuidade estratégica, a unidade corporativa e a segurança financeira para o desenvolvimento a longo prazo [da empresa], em linha com o que ele compartilhou várias vezes com a imprensa e seus colaboradores mais próximos”, afirma o comunicado.

Sem filhos para deixar sua herança, o estilista sempre fez questão de controlar com mão de ferro um império que vai da alta-costura a hotéis, mas disse no testamento que a fundação que herdará a grife terá até 18 meses para vender uma participação de 15% a um comprador.

Armani pediu preferência para o conglomerado de moda LVMH (dono de marcas como Louis Vuitton, Christian Dior, Givenchy, Fendi, Tiffany e Bulgari), para a gigante francesa de cosméticos L’Oréal ou para a franco-italiana EssilorLuxottica, líder mundial no mercado de óculos, companhias com as quais a grife têm ligação antiga.

Duas delas — EssilorLuxottica e L’Oréal — já prometeram avaliar “atentamente” a possibilidade de entrar no capital da Armani: a primeira fabrica os óculos da grife desde 1989, quando era apenas Luxottica, enquanto a segunda tem a licença da marca para perfumes desde 1988.

Se as negociações não avançarem, o estilista autorizou que a participação seja vendida a “outra empresa” identificada por Pantaleo Dell’Orco, seu colaborador mais próximo e sucessor.

Após essa etapa, a fundação terá de três a cinco anos a partir da abertura do testamento para ceder ao mesmo comprador uma fatia adicional de 30% a 54,9%, ou então abrir na capital na Bolsa em um período de cinco a oito anos, mantendo, em qualquer um dos casos, uma participação acionária de pelo menos 30,1%.

Inicialmente, a fundação terá 9,9% das ações da companhia em propriedade direta e os outros 90% em nua-propriedade, com usufruto dividido entre Dell’Orco, a irmã Rosanna Armani e os sobrinhos Silvana Armani, Roberta Armani e Andrea Camerana.

De acordo com o testamento, Dell’Orco será responsável por 40% das ações com direito a voto; a fundação, por 30%; e Silvana e Camerana, por 15% cada. Roberta e Rosanna Armani terão apenas ações sem direito a voto.

O estilista ainda determinou que a gestão da grife seja orientada pela “ética, integridade moral e correção” e sempre busque “um estilo essencial, moderno, elegante e sem ostentação”, com “atenção à inovação, à qualidade e ao refinamento do produto”.

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