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Igreja Católica organizará simpósiso sobre pedofilia

A Igreja Católica organizará em fevereiro do ano que vem um simpósio na Universidade Gregoriana, para o qual serão convidados cerca de 200 bispos e superiores de ordens religiosas de todo o mundo para discutir o problema dos abusos cometidos por sacerdotes pedófilos.

Ao apresentar no fim de semana esta iniciativa sem precedentes, o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, disse que diante de um fenômeno como a pedofilia na Igreja "não basta o exemplo do Papa ou as disposições do direito canônico, o que se faz necessário é uma nova cultura".

É por isso que os participantes do simpósio, que chegarão de todos os continentes, estudarão a questão dos abusos em seus aspectos pastorais, jurídicos e psicológicos, tendo em vista os esforços assumidos por Bento XVI para garantir que até março de 2012 todos as conferências episcopais do mundo tenham adotado diretrizes para combater o fenômeno.

Não é de surpreender, portanto, que o título do simpósio seja "Rumo à cura e à renovação", uma referência explícita à carta pastoral que o Pontífice enviou à Igreja da Irlanda em março do ano passado, criticando a atitude dos prelados locais diante destes "atos pecaminosos e criminosos" e invocando a busca por um "caminho de cura, renovação e reparação".

"Não se trata de uma manifestação demonstrativa de três dias, para a qual se convidam pessoas famosas para conseguir um 'golpe de efeito', mas de um evento formativo sério, realizado com base em métodos severos, que incluirá o parecer de especialistas de várias áreas e cargos, vindos de partes distintas do mundo", explicou padre Lombardi.

Para garantir que também seja ouvido o ponto de vista das vítimas de abusos, foi-lhes dedicado um amplo espaço nos debates. Elas também irão intervir publicamente no simpósio, apesar dos organizadores não terem explicado de que forma.

Lombardi ressaltou que no combate à pedofilia na Igreja "todos nós sabemos que os americanos têm feito muito, os alemães tentaram fazer muito, os belgas estão na metade do caminho, muitos acabaram de começar e outros esperam não ser obrigados a empreender esta batalha".

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