O governo da Irlanda ignorou os protestos de países produtores de vinho e notificou a Organização Mundial de Comércio (OMC) a respeito das normas para rotular bebidas com etiquetas sobre os riscos do consumo exagerado de álcool.
O projeto se aplicará a todos os produtos alcoólicos vendidos no mercado irlandês, tanto os nacionais quanto os importados, e o governo teve de notificar a OMC porque a medida pode constituir uma barreira técnica ao comércio internacional.
Países contrários terão agora 90 dias fara formalizar sua oposição ao projeto na entidade. A Itália lidera uma campanha na União Europeia contra a etiqueta, com o argumento de que ela “estigmatiza” os efeitos do vinho – um dos pilares da cultura gastronômica do país – na saúde humana.
“Vou propor à Irlanda uma mediação para ajudá-los a tornar sua etiqueta mais clara e garantir uma informação correta. Excessos e abusos devem ser combatidos, mas o consumo moderado garante bem-estar, como diz a ciência”, afirmou o ministro da Agricultura e da Soberania Alimentar da Itália, Francesco Lollobrigida. O projeto também é criticado por França e Espanha.
A ideia da Irlanda é fazer algo parecido ao que já acontece com cigarros, colocando alertas em rótulos de bebidas sobre os riscos de doenças hepáticas e tumores ligados ao consumo excessivo de álcool.
A União Europeia já autorizou a implantação das etiquetas.