
Um padre italiano que faria uma peregrinação a Jerusalém foi detido e deportado por Israel por motivos de “segurança pública”.
O sacerdote Nandino Capovilla atua em Veneza e viajava com um grupo do movimento católico pela paz Pax Christi, porém acabou barrado sem explicações no Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv.
Após ficar sete horas sob custódia, recebeu um decreto de expulsão e foi deportado à Itália por meio de um voo com conexão em Frankfurt, na Alemanha. Um documento visualizado pela agência Ansa fala apenas em “motivos de segurança pública e ordem pública”, sem dar mais detalhes.
Dom Capovilla é autor do livro “Sotto il cielo di Gaza” (“Sob o céu de Gaza”), que reúne histórias de habitantes do enclave palestino a partir de conversas com um funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Não sabemos qual era a motivação [para a deportação], mas acreditamos que tenha sido pelo fato de ele ter escrito o livro”, disse o presidente da Pax Christi, dom Giovanni Ricchiuti, que também participa da peregrinação e não foi expulso.
Após ter reavido seu celular, o padre Capovilla publicou uma mensagem nas redes sociais e pediu “sanções” contra Israel por “bombardear mesquitas e igrejas” e denunciou que o povo palestino é “prisioneiro em sua própria terra há 70 anos”.
Os outros membros do grupo continuam em Israel para a peregrinação, que incluirá o vilarejo cristão de Taybeh, situado na Cisjordânia ocupada e atacado por colonos judeus no mês passado.
Também em julho, um bombardeio israelense contra a única igreja cristã da Faixa de Gaza deixou três pessoas mortas e mais de 10 feridas.