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VATICANO: Canonização do Papa João Paulo II deve ser rápida e rigorosa

O cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, disse que a nomeação do papa João Paulo II como santo, após a beatificação que ocorrerá em 1º de maio, pode ser "rápida", porém "rigorosa".

Em entrevista à ANSA, o cardeal disse que várias indicações de "supostos milagres" de Karol Wojtyla vindos de todo o mundo chegam ao conhecimento do Vaticano, e que, para a canonização, "basta" comprovar "mais um milagre" do Pontífice falecido em 2005.

"Temos indicações de todo o mundo de grandes graças. Agora cabe à postulação eleger uma delas, fazer uma seleção e verificar –  com a ajuda de especialistas, médicos e cientistas, qual milagre poderia ser selecionado, como uma suposta cura, por exemplo, para que logo se proceda com o exame jurídico do milagre", apontou o religioso. 

O cardeal Amato afirmou que, após a beatificação os passos para a canonização contarão com "a rapidez, mas também o rigor" no processo, assim como considerou que foram os da beatificação.

Segundo ele, a causa da beatificação, apesar de ter percorrido um "caminho preferencial", "foi seguida com grande atenção e  cuidado no procedimento, inclusive porque a pressão midiática fazia com que [a causa] não fosse levada adiante de modo superficial, mas de acordo com a personalidade do futuro beato".

O chefe do dicastério dos Santos reiterou que não houve atropelo no processo de beatificação, nem haverá no de canonização. "A causa teve uma análise muito cuidadosa, apesar de ter sido rápida. Tal rapidez não significou pressa ou superficialidade, mas um grande profissionalismo de procedimento", justificou.

"É claro que, tendo sido posta a causa por Bento XVI em uma via preferencial, não havendo nenhuma causa à frente e nenhuma atrás, [a Igreja] procedeu de acordo com as etapas que, à medida que eram cumpridas, se passava às seguintes", complementou.

O atual Santo Padre foi o responsável por apresentar a causa de beatificação de João Paulo II, em um processo que contrariou o Código de Direito Canônico, uma vez que o processo foi apresentado poucas semanas após a morte de Wojtyla, em vez de esperar cinco anos.

O próprio João Paulo II já ignorara a norma pela primeira vez, permitindo o início imediato do processo canônico para Madre Teresa de Calcutá, falecia em 1997 e beatificada em 2003.

O Vaticano reconheceu como milagre o caso da freira francesa Marie Simon-Pierre, que foi curada "inexplicavelmente" do Mal de Parkinson, após orar pedindo pela intercessão de Wojtyla.

Após o dia da cerimônia de beatificação, em 1 de maio, será aberto outro processo para a canonização. Para isso, é necessária a comprovação de outro milagre. (ANSA)

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