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Itália admite possibilidade de armar rebeldes na Líbia

O chanceler da Itália, Franco Frattini, declarou que não se pode "excluir" como "último recurso" a possibilidade de armar os rebeldes da Líbia que se insurgem contra o governo do ditador Muammar Kadafi, há 42 anos no poder.

Ele também anunciou o reconhecimento oficial, por parte da Itália, do Conselho Nacional de Transição (CNT), formado por insurgentes líbios, como "único interlocutor legítimo da Líbia para as relações bilaterais".

O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa ao lado do responsável pela política externa do conselho, Ali al Isawi, que está em Roma a convite da Farnesina (a Chancelaria italiana).

"Inauguraremos em breve o escritório de representação italiano com a presença do nosso convidado especial e do Conselho Nacional transitório líbio", indicou Frattini, que disse que ser "impossível" e "inaceitável" reconhecer o governo de Kadafi mesmo sob o comando de um de seus filhos.

"Todas estas pessoas fizeram parte da operação militar contra o povo líbio que matou civis. Não é aceitável que continue no poder um de seus filhos", expôs.

Ele afirmou que "as propostas para sair da crise" proposta pelo emissário de Kadafi que está em Atenas "não são confiáveis".

Frattini também disse que o CEO da Eni, Paolo Scaroni, "está há dois dias em Benghazi e teve contato com o Conselho Nacional transitório líbio para retomar a cooperação no setor energético e recuperar a colaboração com a Itália no setor petrolífero".

Segundo ministro italiano das Relações Exteriores, o governo italiano "já tem em Benghazi alguns funcionários que operam com entes italianos em diversos setores".

A proposta de armar civis líbios para dar-lhes força bélica para derrotar o regime de Kadafi tem pouca adesão entre as grandes potências.

Apesar do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter sinalizado positivamente na semana passada para essa possibilidade, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) rejeitou a ideia após assumir o comando das operações internacionais no país.

Por sua vez, o representante do CNT afirmou, em Roma, que "a Itália é muito importante para a Líbia" por ter cedido suas bases militares para dar suporte às incursões das forças internacionais, mas destacou que qualquer ação que esteja vinculada a uma divisão da Líbia é "inaceitável", "como é inaceitável qualquer iniciativa política que não carregue o fim do regime de Kadafi".
   Isawi ainda pontuou que o conselho de insurgentes honra "todos os direitos legítimos dos estrangeiros na Líbia, sejam indivíduos ou corporações", mas que caberá "ao povo líbio decidir sua política", uma vez que, conforme garantiu, haverá eleições democráticas.

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