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Itália anuncia seis novos parques eólicos para reduzir dependência do gás russo

As regiões central e sul da Puglia, da Basílica e da Sardenha foram as escolhidas pelo governo italiano para a construção de seis parques eólicos com capacidade de 418 megawatts, informa a Reuters. A Itália, que introduziu uma série de medidas para estimular o desenvolvimento de projetos de energias renováveis, conta com o gás para gerar cerca de 40% de sua eletricidade. O movimento em direção à energia eólica busca reduzir a dependência do combustível importado da Rússia, que depois de invadir a Ucrânia vem sofrendo diversas sanções econômicas de países ocidentais.

Com o avanço das tropas russas em território ucraniano e o aumento das sanções contra o país, a União Europeia está delineando uma estratégia ambiciosa para acelerar a transição para uma economia baseada em energia limpa. O plano pode ajudar a reduzir em dois terços a dependência da Europa das importações de gás da Rússia até o fim de 2022.

Embora até o momento o fornecimento de gás da Rússia para a UE esteja normalizado, de acordo com a Scientific American, as autoridades europeias temem que o país feche as torneiras a qualquer momento em uma possível retaliação. O bloco avalia cortar as importações de petróleo russo, após Joe Biden anunciar nesta semana que não comprará mais óleo, gás e nem carvão do país de Vladimir Putin.

Combinadas com o aumento de investimentos em energia eólica e solar e a facilitação de projetos de energia limpa em larga escala, as medidas podem ajudar a União Europeia a encerrar suas importações de combustíveis fósseis russos até 2030, disseram as autoridades. “Não podemos falar de uma revolução de energias renováveis ​​se construir um parque eólico levar sete anos. É hora de tratar esses projetos como sendo de interesse público primordial, porque eles são”, disse Kadri Simson, comissário europeu de energia.

Para Svitlana Krakovska, principal cientista climática ucraniana, o ataque da Rússia, maior exportador de gás natural do mundo e um dos maiores exportadores de petróleo, evidenciou a catástrofe humana, econômica e geopolítica da atual dependência humana de fontes de energia poluente.

“Esta é uma guerra dos combustíveis fósseis”, disse Krakovska, chefe da delegação de 11 cientistas ucranianos que participaria pela primeira vez do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da ONU que sintetiza e divulga o conhecimento mais avançado sobre as mudanças climáticas e aponta caminhos para governos agirem. Os cientistas ucranianos estavam entrando nos últimos dias de revisão de sua contribuição, mas com a invasão russa em andamento e mísseis caindo sobre Kiev, capital ucraniana, eles anunciaram sua saída do grupo de trabalho da ONU.

“Comecei a pensar nos paralelos entre as mudanças climáticas e esta guerra e está claro que as raízes de ambas as ameaças à humanidade são encontradas nos combustíveis fósseis”, disse Krakovska em entrevista ao The Guardian, destacando que o poderio militar da Rússia é sustentado pela riqueza acumulada nas vastas reservas de petróleo e gás do país.

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