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Ativista etíope é assassinada na Itália

A ativista etíope Agitu Gudeta, que era conhecida pela sua fazenda de criação de cabras e produção de queijos orgânicos, foi assassinada em sua casa, em Frassilongo, na Itália.

O corpo da mulher de 42 anos de idade, que era dona da fazenda “Capra Felice” – um local com 11 hectares de terra e cerca de 80 cabras nativas do Valle dei Mocheni -, foi achado pela polícia local com diversos ferimentos.

Adams Suleimani, um ganês de 32 anos e funcionário de Gudeta, admitiu ter assassinado a ativista após uma discussão sobre dinheiro. As autoridades levaram o homem para uma prisão em Trento.

O ganês, que já havia trabalhado para Gudeta e havia retornado a pedido da mulher há cerca de dois meses para cuidar do pasto das cabras, contou aos investigadores que atacou a etíope com um martelo depois de uma discussão pelo não pagamento do seu salário mensal.

O assassino admitiu ter desferido entre quatro ou cinco golpes na mulher, que morreu no próprio quarto. Além disso, Suleimani revelou que abusou sexualmente de Gudeta antes de matá-la.

“A consternação e o horror são os primeiros sentimentos que atingem todos os trentinos ao saber do horrível assassinato de Agitu Gudeta, a pastora de origem etíope que tinha encontrado a sua integração plena. No final deste ano terrível, a triste realidade regressa, a violência de gênero e o feminicídio.

Em memória desta jovem empreendedora e mulher de valor, quero enfatizar fortemente a necessidade de continuar uma luta implacável contra a violência contra as mulheres, uma doença que só será vencida com uma resposta conjunta de todos”, disse Roberto Paccher, presidente do Conselho Regional do Trentino-Alto Ádige.

Há cerca de dois anos, Gudeta recebeu ameaças de morte e sofreu um assalto por motivação racial. De acordo com a imprensa local, o responsável pelo caso morava em uma casa na região e também atacou um fabricante de queijo do Mali que ajudou a etíope. O homem foi condenado a nove meses de prisão pelo Tribunal de Trento.

Nascida em Adis Abeba, Gudeta estudou sociologia na Universidade de Trento e depois voltou para a Etiópia.

Em 2010, por conta de diversos conflitos internos no país africano, ela retornou à Itália e ao Vale dei Mocheni, onde vive uma minoria de língua alemã desde a Idade Média. A mulher criou sua empresa e fez muito sucesso vendendo queijos e cosméticos à base de leite de cabra.

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