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Itália condena ex-militar uruguaio à prisão perpétua

O ex-comandante uruguaio Jorge Néstor Troccoli, de 78 anos, foi condenado à prisão perpétua em Roma por envolvimento no sequestro e assassinato de três pessoas durante as ditaduras militares na América do Sul.

As vítimas, identificadas como Raffaella Giuliana Filippazzi, Augustin Potenza e Elena Quinteros, foram mortas entre os anos de 1976 e 1977, no âmbito da chamada Operação Condor, uma aliança entre as ditaduras da região para perseguir e assassinar opositores aos regimes.

A sentença também prevê que Troccoli cumpra um ano de confinamento solitário.

Segundo a acusação, Filippazzi e Potenza eram casados e foram sequestrados em Montevidéu em 27 de maio de 1977 enquanto estavam em um hotel local.

Depois de presos, foram entregues à unidade S2 Fusna, os fuzileiros da Marinha liderados por Troccoli. Segundo documentos obtidos, ambos eram alvo do então ditador paraguaio Alfredo Stroessner. Os restos mortais dos dois foram encontrados em Assunção em março de 2013.

Já documentos históricos mostram que Quinteros foi sequestrada em 24 de junho de 1976 e foi levada para um centro de detenção ilegal na capital uruguaia. Ela conseguiu fugir e pediu refúgio na embaixada do Uruguai, mas quatro dias depois, foi torturada e assassinada dentro da representação diplomática pela equipe de Troccoli. Seus restos mortais nunca foram encontrados.

Troccoli já havia sido condenado à prisão perpétua anteriormente na Itália pelo desaparecimento e assassinato de cerca de 20 pessoas durante o mesmo período.

Nascido no Uruguai, mas naturalizado italiano, ele conseguiu evitar a extradição e vivia na Itália desde os anos 2000. Atualmente, encontra-se detido.

O Plano Condor foi uma aliança repressiva entre os regimes militares da América do Sul nas décadas de 1970 e 1980, que coordenava ações de perseguição, sequestros, tortura e assassinatos de opositores políticos em países como Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia. 

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