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Primeiro-ministro italiano Matteo Renzi inicia campanha que decidirá seu futuro

Em Florença, cidade onde subiu ao estrelato da política italiana, o primeiro-ministro Matteo Renzi lançou a campanha pelo "sim" no referendo sobre as reformas constitucionais que será realizado no segundo semestre e que decidirá o destino do seu governo.   

O evento ocorreu no Teatro Niccolini, região central da capital da Toscana, e contou com a presença de centenas de pessoas.   

Muitas ainda ficaram do lado de fora porque o auditório estava lotado – Renzi foi prefeito de Florença entre 2009 e 2014 e só deixou o cargo para se mudar para Roma.   

"Eu nunca teria chegado ao Palácio Chigi se não tivesse vivido uma extraordinária experiência de povo. Agora há uma partida que, sozinho, eu poderia vencer, mas não bastaria. A pergunta no referendo será muito simples: sim ou não. Mas ali dentro haverá muito mais: a reforma institucional", declarou o primeiro-ministro.   

A consulta popular, ainda sem data definida, decidirá sobre o projeto de lei que acaba com o bicameralismo paritário no país, uma das principais bandeiras de Renzi. O texto foi aprovado em abril passado e prevê uma drástica redução dos poderes do Senado, que seria transformado em uma casa de representantes regionais, apesar de manter seu nome atual.   

Assim, os 315 senadores de hoje seriam substituídos por 74 conselheiros regionais e 21 prefeitos, todos escolhidos pelas Assembleias Legislativas de cada região, seguindo indicações dos eleitores. Outros cinco membros seriam nomeados pelo presidente da República, totalizando 100 "senadores", sendo que nenhum deles receberia salário. Os seis senadores vitalícios que a Itália ainda possui perderiam seus cargos.   

Além disso, esse novo Senado não poderia mais votar a confiança ao governo, porém continuaria deliberando sobre mudanças constitucionais, tratados internacionais e referendos populares.   

A chamada "Lei Boschi", em referência à sua autora, a ministra para as Reformas Constitucionais Maria Elena Boschi, também acaba com a figura das províncias e cria prazos para a apreciação no Parlamento de projetos do governo, que, por sua vez, teria de respeitar um limite de decretos.   

A iniciativa é uma das principais bandeiras de Matteo Renzi, que a defende com o objetivo de simplificar e baratear o custo da política italiana. No entanto, oposicionistas criticam o projeto porque ele reduz os poderes da casa onde a base aliada do primeiro-ministro é mais frágil, o Senado.   

"Será uma gigantesca campanha casa por casa, porta a porta, para ver se os italianos querem entrar no futuro de cabeça erguida", disse o primeiro-ministro, reiterando que renunciará ao cargo e deixará a vida pública se o "não" vencer o referendo. "Se eu não conseguir, irei para casa", acrescentou. (Fonte: Ansa)

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