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Itália cria plano para recuperação de setores pós-pandemia

O ex-CEO da Vodafone Vittorio Colao, que lidera a força-tarefa do governo italiano para o pós-pandemia, apresentou ao primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, um plano de retomada para o país durante a fase 3 da luta contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2).

O projeto estabelece metas gerais e uma lista de seis setores que serão fundamentais para a recuperação: Negócios e Trabalho; Infraestrutura e Meio Ambiente; Turismo, Arte e Cultura; Administração Pública e Função Pública; Educação, Pesquisa e Competências; Indivíduos e famílias.

Em uma videoconferência com duração de cerca de meia hora, Colao explicou as 121 páginas do documento “Iniciativas para o relançamento – Itália 2020-2022”, elaborado pelo comitê de especialistas, para “uma Itália mais forte, resiliente e justa”.

Existem três objetivos transversais que aparecem na capa do texto: “digitalização e inovação; revolução verde; igualdade e inclusão de gênero”. Além disso, cada um dos seis setores fornece uma série de propostas, divididas de acordo com o tipo de financiamento necessário: “principalmente público”, “principalmente privado” e “sem financiamento” (sem custo).

“O país conseguiu lidar decisivamente com a crise da Covid-19. O governo interveio com apoio financeiro sem precedentes para cidadãos e empresas afetados, mesmo que alguma lentidão no desembolso de fundos não tenha permitido chegar a todas as pessoas e empresas em dificuldade em tempo hábil”, afirma o texto.

Entre as propostas sobre os negócios e economia, está o adiamento do imposto de renda de junho a julho. A ideia prevê “adiar (pelo menos para as empresas que solicitam) o pagamento do saldo tributário devido a 2020 após o recebimento”. Na frente tributária, é solicitado que seja mais fácil compensar dívidas com créditos tributários.

Outro plano envolvendo empresas inclui uma “regularização” da receita proveniente de renda não declarada com o pagamento de um imposto substituto e a obrigação de investir parte do valor (40-60%) por 5 anos em suporte do país.

No clima de incerteza na economia, a força-tarefa ainda identifica a principal razão pela qual a maioria dos contratos futuros não pode ser estendida, juntamente com os limites legais para sua renovação no final do ano. Desta forma, o texto propõe “salvaguardar o emprego desses trabalhadores, tanto quanto possível”, liberando “temporariamente essas restrições, pelo menos para os contratos a prazo atuais cuja expiração chegará até 2020”.

Colao incentiva a reciclagem de trabalhadores e desempregados por meio de fundos especializados, além de uma renda de emergência para mulheres vítimas de violência.

O documento também prevê um plano de investimento para “aumentar e preservar áreas verdes, o território e os ecossistemas nacionais” e, ao mesmo tempo, “combater o uso da terra e a consequente instabilidade hidrogeológica”. Entre as alterações, há a necessidade de incentivar a renovação da frota de veículos de transporte público local com veículos de baixo impacto ambiental.

Já para o setor de turismo, “impactado pela pandemia de maneira muito séria”, a proposta é “fornecer concessões e isenções fiscais para as atividades de 2020-2021, incentivando as operadoras a abrirem para preservar a boa vontade e o emprego”.

A educação é outro dos temas centrais do plano da força-tarefa. Entre outras coisas, o projeto propõe “incentivar algumas universidades, em toda a Itália, a “se especializarem em oferecer diplomas profissionais em colaboração e acordo com empresas, associações profissionais, associações empresariais e sindicatos, mas sempre sob a supervisão do Ministério de Universidade e pesquisa”.

“A Itália é o único país da UE onde quase não há cursos de formação profissional ou ciclos curtos, em estreito contato com o mundo do trabalho”, conclui o texto.

Por fim, Colao ressalta a importância da aceleração do desenvolvimento de redes 5G e destaca a necessidade de “adaptar os níveis de emissão eletromagnética na Itália aos valores europeus, hoje aproximadamente três vezes mais altos e radicalmente mais baixos que os limiares de risco”.

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