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Itália denuncia “atitude hostil” da França sobre o problema da imigração ilegal

O ministro italiano do Interior, Roberto Maroni, acusou o governo francês de manter uma "atitude hostil" em relação à Itália sobre o problema dos milhares de imigrantes ilegais magrebinos que desembarcaram no sul do país desde o início do ano, devido às revoltas populares na África do Norte.

Ilustrando no Senado o acordo alcançado com as autoridades tunisinas, Maroni anunciou que "hoje o primeiro-ministro assinará o decreto que permite a estadia temporária para aqueles que desembarcaram na Itália até a última quarta-feira, exceto para algumas categorias, que permite a livre circulação nos países europeus".

"Considerando que a grande maioria das pessoas que chegaram à Itália afirmaram (…) querer ir para a França, acreditamos que deva existir uma iniciativa conjunta entre a Itália e a França para enfrentar o fenômeno, mas de Paris recebemos uma atitude hostil", acrescentou o ministro.

Maroni lembrou que "desde o início do ano houve 390 desembarques" de imigrantes ilegais na costa italiana, o que perfaz um total de 27.867 pessoas, das quais 23.352 chegaram às Ilhas Pelágias, especialmente em Lampedusa.

Desses imigrantes, disse ele, 21.519 se declararam tunisianos, enquanto da Líbia chegaram outras 10 embarcações com cerca de 2.300 imigrantes, a maioria somalis e eritreus, que devem portanto ser considerados refugiados" do conflito em curso no país norte-africano. 

ITÁLIA CONCEDE VISTO TEMPORÁRIO A REFUGIADOS AFRICANOS:

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, assinou um decreto que autoriza a concessão de vistos temporários a imigrantes do norte da África que fugiram de seus países por conta dos recentes conflitos políticos. 

O anúncio foi feito pelo ministro italiano da Defesa, Ignazio La Russa, e não agradou o governo francês, que teme uma onda de imigração, já que, com os vistos, os imigrantes poderiam circular pela União Europeia (UE). 

O ministro francês do Interior, Claude Gueant, destacou, no entanto, que os vistos concedidos por motivos humanitários não excluem a possibilidade dos imigrantes serem expulsos da França e reenviados à Itália.

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