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Itália faz novo apelo por libertação da iraniana Sakineh

O governo da Itália fez um novo apelo para evitar que a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani seja obrigada a cumprir a pena de morte à qual foi condenada, no dia em que a ONG Comitê Internacional contra o Apedrejamento anunciou que a execução poderia ocorrer em breve.

"As notícias que nos chegam de fontes não governativas de Teerã, segundo as quais a vida de Sakineh estaria em perigo iminente, nos atingem profundamente", assinalaram em um comunicado conjunto os ministros de Relações Exteriores, Franco Frattini, e para a Igualdade de Oportunidades, Mara Carfagna.

"O compromisso da Itália, não só do governo, mas também do Parlamento e da opinião pública, para evitar a pena de morte — em qualquer lugar e contra quem for que tenha sido decretada — enquanto punição lesiva da dignidade humana é conhecida de todos", continuaram os titulares.

Frattini e Carfagna disseram estar "confiantes" de poder encontrar acesso junto a um país como o Irã, "que a Itália respeita enquanto Estado soberano e com o qual busca manter um relacionamento de diálogo construtivo".

"Nosso apelo não é contra o Irã, mas pela vida de Sakineh, como manifestamos desde o início", acrescentaram os dois.

Mais cedo, a porta-voz do Comitê Internacional contra o Apedrejamento, Mina Ahadi, havia afirmado que a execução poderia ocorrer já nesta quarta-feira, e que não seria um apedrejamento, como inicialmente, mas um enforcamento.

A iraniana foi condenada a morrer apedrejada acusada de adultério, mas a pena foi suspensa em agosto.

Autoridades anunciaram em setembro que o castigo havia mudado para o enforcamento como punição ao crime mais grave pelo qual Sakineh era acusada — cúmplice no assassinato do marido.

A chancelaria do Irã, porém, negou que a decisão fosse definitiva.

Ainda ontem, Frattini ressaltou que a notícia da possível data do enforcamento não foi anunciada pelo governo de Mahmoud Ahmadinejad.

"Respeito as ONGs, mas nosso embaixador em Teerã, com quem falei há poucos minutos, não tem absolutamente nenhuma confirmação de que amanhã a condenada à morte será executada", afirmou ele, mais cedo.

A Itália foi um dos vários países que se mobilizou em defesa de Sakineh. Prédios públicos exibiram cartazes pedindo a libertação da iraniana, e sites governamentais traziam mensagens de apoio à causa, enquanto manifestantes fizeram protestos nas ruas.

Na última segunda-feira, o presidente da associação Refugiados Políticos Iranianos na Itália, Karimi Davood, já havia adiantado que Sakineh corria o risco de ser executada em poucos dias.

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