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Governo italiano e União Europeia negam relatório da Anistia sobre violência a migrantes

A ONG Anistia Internacional acusou a Itália de usar métodos de violência contra imigrantes em campos de refugiados, mas o governo italiano e a União Europeia rebateram as críticas e negaram as informações.

"As informações contidas no relatório da Anistia Internacional se referem a possíveis testemunhos recolhidos de forma anônima de imigrantes que não viviam em nenhum 'hotspot'", disse o chefe da polícia da Itália, Franco Gabrielli. "Para proteger a honra e o profissionalismo de tantos funcionários que enfrentam há tempos essa emergência humanitária, desminto categoricamente que sejam utilizados métodos violentos contra imigrantes, tanto na fase de identificação quanto na de repatriação", garantiu Gabrielli.

O chefe do departamento de imigração do Ministério do Interior da Itália, Mario Morcone, também afirmou que ficou "desconcertado" ao ler as acusações. "São totalmente falsas", criticou.

A alta comissária europeia para Imigração, Natasha Bertaud, também negou as acusações da Anistia. "Não foi reportado nada a nós sobre possíveis violações de direitos fundamentais dos imigrantes". A Anistia Internacional tinha acusado a Itália de usar métodos "similares à tortura" para obter impressões digitais de imigrantes.

"As pressões da União Europeia sobre a Itália para que seja mais 'dura' com os imigrantes e refugiados levaram a expulsões ilegais e maus-tratos que, em alguns casos, são semelhantes à tortura", disse o relatório.

Os hotspots citados no documento são centros de registros criados pela UE para facilitar a identificação de migrantes em território europeu. A Anistia citou 24 testemunhos de pessoas que teriam sido maltratadas, sendo que 15 delas disseram ter sido agredidas com bastões de choques. Por estar localizada no Mar Mediterrâneo, a Itália recebe diariamente dezenas de embarcações de imigrantes, inclusive ilegais, com pessoas que fogem de seus países por motivos de guerra ou perseguições. O governo italiano, do primeiro-ministro Matteo Renzi, já financiou operações de resgate em alto-mar, além da construção de centros de acolhimento.

Renzi também faz constantes apelos para que outros países da UE se responsabilizem pela crise imigratória e defende a integração dos refugiados à sociedade. (Ansa)

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